Como quase tudo na vida tem seus mitos, com as finanças pessoais não poderia ser diferente. Ao longo de mais de 10 anos como planejadora financeira, pude constatar que muita gente toma suas decisões embasadas em mitos que, ao invés de ajudar, terminam atrapalhando o equilíbrio financeiro pessoal e familiar.
Pensando nisso, resolvi listar alguns desses mitos a seguir. Veja se você já se pegou agindo assim…
Mito sobre Finanças Pessoais #1: “O cartão veio alto nesse mês”.
Esse mito é muito comum. Algumas pessoas olham o cartão como uma despesa regular, equivalente à conta de luz, por exemplo. A verdade é que o cartão de crédito não veio alto, você é que gastou muito nos meses anteriores e agora está (literalmente) pagando as contas pelos abusos.
Mito sobre Finanças Pessoais #2: “Não achei a linha de cartão de crédito nessa planilha de fluxo de caixa”.
Esse mito está bem ligado ao mito anterior. O que ocorre aqui é o seguinte: na hora de preencher a planilha com os gastos mensais, a pessoa procura um tipo de gasto chamado cartão de crédito, mas ele não deveria estar lá.
O cartão de crédito é um meio de pagamento, não um gasto em si. O ideal é abrir a fatura do cartão e lançar cada um dos registros de compra que estão no extrato do cartão, categorizando-os da melhor maneira possível.
Assim sendo, a compra do supermercado deverá estar na linha de supermercado/hortifruti, junto com as compras efetuadas no débito ou em dinheiro neste mesmo item, a conta da gasolina pode ir para a linha de combustível e assim sucessivamente.
Mito sobre Finanças Pessoais #3: “Se precisar de grana, uso o limite do cartão”.
Outro mito começa com a crença de que o limite do cartão pode sim ser utilizado para lidar com imprevistos. Até aí, tudo bem. O erro fatal ocorre no desdobramento: achar que uma reserva de emergência é desnecessária, já que o limite do cartão poderia cobrir os gastos com eventual despesa não prevista e urgente.
Ora, você até pode usar o limite do cartão para sobreviver a uma emergência, mas, querendo ou não, uma hora a fatura do cartão chega. Em outras palavras, você estará tomando um empréstimo e, se não tiver dinheiro na hora de pagar, terá que arcar com um dos maiores juros do mercado.
Por outro lado, quem tem reserva de emergência tem mais paz e equilíbrio. Pode decidir com mais calma o que fazer diante dos imprevistos da vida e não terminará endividado a cada urgência que aparecer no caminho.
Mito sobre Finanças Pessoais #4: “Não quero pegar mais um empréstimo pra quitar o cheque especial”
Outro mito clássico. Atenção: o cheque especial já é um empréstimo. O raciocínio aqui não é pegar mais um empréstimo, mas substituir o empréstimo existente, relacionado ao cheque especial, por um empréstimo mais barato, já que os juros do cheque especial costumam estar entre os mais caros do mercado.
Mito sobre Finanças Pessoais #5: “Devo economizar 10% do que ganho?”
A resposta para a questão é: depende! Não existe uma resposta pronta e acabada para essa pergunta, é preciso analisar caso a caso. Vou dar um exemplo…
Se você tem 20 anos de idade, pode economizar um percentual menor da sua renda, porque terá um prazo longo para juntar dinheiro. Por outro lado, se você já tem mais idade, provavelmente precisará economizar um percentual maior, porque está mais perto da aposentadoria.
Porém, o exemplo acima ainda é simplista, porque ainda temos que considerar uma série de fatores para dar uma resposta mais precisa, por exemplo:
- Quanto dinheiro você já tem poupado?
- Qual é a rentabilidade média dos seus investimentos?
- Qual é o seu custo de vida?
- Você tem dívidas?
- Com qual renda você deseja se aposentar?
- Com quantos anos você deseja se aposentar?
E então, já se pegou defendendo algum desses mitos sobre finanças pessoais? Se sim, tome ciência e fuja deles. Também será muito útil ajudar outras pessoas compartilhando essas informações. Espero ter ajudado!