Com os juros atuais em níveis mais baixos do que vinte anos atrás, está cada vez mais difícil multiplicar o patrimônio. Atualmente, para conseguir melhorar a rentabilidade de sua carteira de investimentos, é preciso assumir um pouco mais de risco em suas reservas de longo prazo do que era preciso há alguns anos.
Você sabia que para poder escolher o melhor investimento para sua carteira é preciso analisar também o risco e a liquidez deste ativo além de sua rentabilidade? O risco é a possibilidade de o retorno ser diferente do que o esperado e a liquidez é a capacidade de transformar o investimento em dinheiro sem uma perda significativa de valor.
Risco x Retorno
Se preferir manter sua postura de aversão ao risco, aplicando todos os seus recursos em poupança ou Fundo DI e para conseguir manter o mesmo nível de aposentadoria esperado antes desta queda nas taxas, será preciso passar a poupar mais, adiar a data da aposentadoria ou se programar para um padrão de vida mais simples no futuro.
Agora, o maior risco – principalmente para os muito conservadores – será perder seu poder de compra se a rentabilidade de seus investimentos não conseguir nem mesmo alcançar a inflação.
Se por um lado as taxas para os produtos conservadores estão menos atrativas, por outro, é difícil saber qual alternativa de investimento será a de maior rentabilidade no futuro. Como o retorno está diretamente ligado ao risco, o produto que poderá gerar a maior rentabilidade acabará sendo aquele mais arriscado, ou seja, aquele que poderá causar também o maior prejuízo. Por isso a importância de uma carteira diversificada.
Ressalto também que em qualquer investimento sempre há um risco por menor que ele seja, até deixar o dinheiro embaixo do colchão também pode ser arriscado.
Como montar uma carteira de investimentos
Quando já tiver acumulado um montante razoável, além de sua reserva para emergências, comece a compor uma carteira diversificada, de forma a obter maiores rentabilidades minimizando os riscos. “Nunca coloque todos os ovos na mesma cesta”.
Além disso, é necessário considerar o seu perfil de risco e o horizonte de investimento para seus objetivos. Para os investimentos de curto prazo, serão necessários produtos conservadores, para os de médio prazo, é possível ter algum risco, mas apenas em uma parte do total. Somente para o longo prazo é que são indicados os ativos mais arriscados para aqueles que tem o perfil para isso.
Ao construir esse portfólio, você poderá diversificar entre várias classes de ativos: DI, produtos atrelados à inflação, fundos imobiliários e ações.
Para o percentual da carteira que será alocado em produtos mais conservadores, a poupança pode ser uma primeira opção, pois, com pouco dinheiro fica mais difícil encontrar boas alternativas de investimento.
Depois, quando já tiver acumulado um montante maior, vale pensar em investir em Fundos DI, CDBs DI ou até em LCIs/LCAs, que são produtos isentos de IR. Veja o texto: “Devo trocar CDB por título de renda fixa isento de IR?”
Para a alocação em inflação, as NTN-Bs (títulos do Tesouro) são uma ótima opção, pois têm sua rentabilidade formada por uma taxa de juros fixa com a correção pelo IPCA. Elas garantem a manutenção do poder de compra de seu patrimônio. Veja este texto: Tesouro Direto é boa opção para previdência?
Também é boa alternativa aplicar em fundos imobiliários, pois com uma pequena quantia é possível comprar cotas de vários desses fundos e receber os rendimentos, que, na maioria dos casos, são isentos de Imposto de Renda (IR).
Se o leitor possuir um perfil mais agressivo, também poderá aplicar parte desses recursos em renda variável. Escolhendo bons gestores de fundos é possível conseguir rentabilidades melhores do que o Ibovespa.
No início, será mais difícil encontrar bons fundos com taxas de administração baixas para investir pequenas quantias, porém, conforme suas economias forem crescendo, a diversificação ficará mais acessível e sua carteira tenderá a auferir maiores rentabilidades.
Para uma pequena quantia, a sugestão são os ETFs, que são fundos de índice negociados na Bolsa. Eles possuem baixas taxas de administração e replicam alguns segmentos da bolsa. Duas boas opções para diversificação são: o BOVA11, que segue o próprio Ibovespa e o DIVO11, que é baseado no índice de empresas boas pagadoras de dividendos da BMF&Bovespa (IDIV).
E, por último, um plano de previdência também pode ser muito interessante para quem é assalariado e efetua a declaração de IR pelo modelo completo. Se contribuir para um PGBL com até 12% de sua renda anual bruta, esse montante poderá ser abatido da base de cálculo para o IR, gerando um benefício fiscal. Esses planos podem ser aplicados em diversos tipos de fundos: DI, inflação e também em fundos com até 49% em ações. Outra vantagem é que os recursos não entram no inventário e podem ser um ótimo veículo de planejamento sucessório.
Portanto, faça um esforço para montar uma carteira de investimentos diversificada e melhore sua rentabilidade minimizando seus riscos!