Sábado passado fui entrevistada pela Giane Guerra, apresentadora do Programa Acerto de Contas da Rádio Gaúcha. Na ocasião, falamos sobre vários aspectos da educação financeira, desde mudanças de hábitos financeiros até a classificação dos gastos.
A seguir, aproveito para explorar um pouco mais cada um dos pontos que abordamos…
Educação financeira: as decisões nossas de cada dia
Um dos elementos básicos de educação financeira é a noção de que cada decisão de consumo é, na verdade, uma decisão financeira (clique aqui e baixe a nossa série de ebooks sobre educação financeira).
Dentro dessa lógica, tomar um cafezinho em uma lanchonete (lancheria para os gaúchos) é uma decisão de consumo e, portanto, trata-se também de uma decisão financeira. O mesmo raciocínio aplica-se a todas as demais compras ou contratações de serviços do dia a dia.
Como decisões financeiras que são, é preciso ficar claro que elas têm o poder de lhe deixar um pouco mais perto ou um pouco mais distante de objetivos maiores, como uma viagem, independência financeira, casa própria, dentre outros…
O cafezinho, por si só, pode parecer muito pouco, mas se você fizer as contas, R$ 10,00 reais por dia são R$ 3.650,00 a mais de gastos por ano, sem contar os juros acumulados se este dinheiro for devidamente investido. Agora imagine isso em 10, 15 ou 20 anos, ou ainda se forem R$ 50,00 ou R$ 100,00 por dia!
Antes de passarmos para o próximo tópico, é importante deixar claro que eu pessoalmente não tenho nada contra o bom e velho cafezinho. Adoro e tomo o meu mais de uma vez ao dia, mas ele representa os pequenos gastos do dia a dia que, juntos, compõem uma boa soma de recursos depois de um grande período de tempo. Sabe aquele ditado: de grão em grão, a galinha enche o papo….?
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Educação financeira: endividado vs. organizado
Se a gente pudesse comparar hipoteticamente a evolução da vida financeira de uma pessoa endividada e uma pessoa financeiramente organizada, considerando que ambas tenham salários iguais por toda a vida, notaríamos algumas diferenças importantes…
O endividado tende a gastar mais em um primeiro momento. Ele consome mais do poderia nesta primeira fase, e para isso, endivida-se mais. De outro lado, a pessoa mais organizada começa consumindo menos do que sua possibilidade e investe parte de seus recursos. Porém, mais tarde, pode consumir mais, pois conseguiu acumular riqueza.
No fim, vamos considerar que ambas terão o mesmo tempo de vida e que elas terão gasto todo o seu dinheiro até o seu último dia. Desta forma, podemos concluir que a pessoa mais comedida e organizada terminará consumindo mais do que a sua renda proporcionaria, já que poderá usufruir dos juros dos seus investimentos, enquanto a outra terá consumido menos do que a sua renda possibilitaria, pois teve que arcar com os juros dos empréstimos que tomou e parte do seu dinheiro, recebido como salário, foi paga para o banco.
Educação financeira: classificação dos gastos
Na entrevista ao Programa Acerto de Contas da Rádio Gaúcha, Giane Guerra me perguntou qual seria o primeiro passo para auxiliar as pessoas na organização das suas vidas financeiras, controlando melhor os seus gastos. Eu revelei uma classificação tríplice bem simples que pode facilitar muito a vida de muita gente…
A ideia é bem simples! Basta fazer uma análise de todos os gastos, classificando-os entre Desperdícios, Gastos Supérfluos e Gastos Essenciais.
Dentre os três, o desperdício é o pior deles. Trata-se de algo que você vem pagando, mas não usa. Em outras palavras, dinheiro indo pelo ralo. É preciso eliminar os desperdícios imediatamente!
No que tange aos gastos supérfluos e essenciais, há uma pergunta divisora aqui: o que é importante para você? Estamos falando de prioridades e isso é muito subjetivo. O que é importante para uma determinada pessoa, pode não ser para você. O que é essencial para um pode ser supérfluo para outro.
Todos nós temos gastos supérfluos em algum momento, é só uma questão de colocar limites, já que nossa renda não é ilimitada. E quanto aos essenciais, devemos procurar economizar.
Abaixo a gravação completa da entrevista:
E então? Esses conceitos de educação financeira podem contribuir para o seu dia a dia? De que modo eles podem lhe ajudar? Pense nisso e mãos à obra!