Há alguns dias, enquanto eu tomava um café, pude presenciar uma cena curiosa entre pai e filho: ele ensinava educação financeira para o menino em plena cafeteria…
Eles falavam em um tom um pouco mais alto e isso permitiu que eu “participasse” do diálogo:
– Pai, eu quero um vídeo game igual ao do meu amigo. – pediu o menino.
– Mas, filho, você tem que se contentar com o que tem, e não ficar querendo aquilo que não tem. Você deveria dar mais valor ao que já possui….
Para chamar a atenção do filho, o pai emendou:
– Você não tem uma mesada? O que você tem feito com ela?
– Eu gastei com balas, chocolate e hoje eu comprei um sanduíche. – respondeu o menino.
– Então… Se você guardar um pouco desse dinheiro todos os meses, poderá juntar uma quantia maior e comprar coisas mais caras, como o vídeo game que falou. Deixe-me lhe ensinar uma coisa…
Percebendo que havia conseguido a atenção do menino, o pai continuou:
– Quando uma pessoa começa a gastar o dinheiro que não possui para comprar coisas só para acompanhar os amigos, ela termina ficando endividada… E você não vai querer viver endividado, não é?
– Não, papai! De jeito nenhum! – respondeu o filho.
– Ótimo! Então, vamos dar mais valor aos brinquedos que você já possui e se importar menos com o que os seus coleguinhas têm. Você já tem muitos brinquedos. Assim que chegar em casa, a gente vai aproveitar para brincar juntos, tudo bem?
– Sim! Vamos logo para casa! – disse o menino, bem animado.
Tenho notado que muitos pais têm dado tudo de mão beijada para os seus filhos. Tais pais acabam deixando a garotada mal-acostumada com a ideia de que não precisam se esforçar para ganhar as coisas. Basta pedir para os pais e pronto: lá estará o brinquedo!
Este foi o assunto do texto que publiquei neste mês na Revista Em Condomínios (clique aqui para ler o artigo completo), pois o considero bastante emblemático para os dias de hoje.
Conforme escrevi no texto: “Temos que plantar para colher, e as conquistas não vêm de uma hora para a outra… Elas dependem de sacrifícios (abrir mão de uma bala), de planejamento (quanto economizar da mesada para poder comprar o determinado brinquedo) e disciplina (para resistir à bala e guardar o quanto foi planejado).”
Neste outro texto aqui do site, também explico como educar financeiramente suas crianças.
O que quero mostrar neste artigo é a importância de falarmos sobre educação financeira com as crianças desde pequenas, repassando nossos conhecimentos e experiências para elas. Mostrar também que podemos ensinar finanças para a garotada por meio de exemplos práticos e ações concretas do dia a dia. E que, por fim, não devemos nos abster dessa missão!