Sabemos a importância de não colocar todos os ovos na mesma cesta e isso não é nenhuma novidade. A mesma estratégia vale também para os seus recursos guardados, portanto, faça uma diversificação de investimentos eficiente!
E agora, com esses juros tão baixos (em 2% ao ano), isso nunca teve tanta valia!
As rentabilidades dos produtos mais conservadores em 2020 não foram nem suficientes para acompanhar a inflação do ano (4.52%). Assim sendo, para não perder poder de compra, é necessário tomar um pouco mais de risco. Mas… Como fazer isso? Diversificando seus investimentos!
Diversificação de investimentos: invista em ativos com baixa correlação entre si
Quando falo em diversificar quero dizer que é importante que os investimentos tenham performances diferentes, que eles se movam de forma diversa entre si. Não adianta investir em vários produtos financeiros todos eles muito parecidos, pois nesse caso não será possível usufruir dos benefícios da diversificação.
Se todos os seus investimentos estão se comportando da mesma maneira, é porque não estão diversificados de forma adequada. É preciso que eles sejam pouco correlacionados entre si, para que haja esse benefício. Ou seja, quando um performar mal, outro provavelmente irá performar bem para compensar e vice-versa.
A correlação mede o quanto dois ativos são similares ou não em relação às suas variações. Se um sobe e o outro sobe na mesma direção e intensidade, significa que são muito correlacionados positivamente. Se, quando um sobe, você não sabe o que vai acontecer com o outro ativo, quer dizer que são descorrelacionados entre si. Por fim, se quando um ativo sobe o outro cai, eles têm correlação negativa.
Se você investe, por exemplo, em Tesouro Selic e em um CDB que rende 100% do CDI, eles terão uma correlação muito alta, pois se a taxa de juros subir, ambos os ativos subirão na mesma direção e intensidade. Mas se você investe em Tesouro SELIC e num ETF de Ibovespa, normalmente quando a taxa de juros sobe, o Tesouro Selic sobe e o Ibovespa cai. Quando a taxa de juros cai, o Tesouro Selic cai e o Ibovespa sobe. Ou seja, esses dois ativos têm correlação negativa.
Por isso, não basta ficar escolhendo vários ativos para sua carteira sem nenhum critério, é preciso entender que há várias classes de ativos e quais delas têm baixas correlações entre si. Até mesmo ativos de uma mesma classe podem não ser tão correlacionados assim.
Já recebi clientes com carteiras em que investiam em mais de 30 ativos, mas quando fomos analisar, era mais do mesmo e grande parte desses ativos se comportavam em manada, com movimentos de seus gráficos muito parecidos entre si. Esses clientes possuíam muitos ativos correlacionados positivamente e na verdade não estavam diversificando suas carteiras de forma adequada.
Diversificação de investimentos: não tenha uma quantidade muito grande de ativos
Outra questão é que também não vale a pena investir pequenos valores em dezenas de produtos, pois cada um acaba representando tão pouco no todo que nem faz diferença a performance desse ativo na carteira, ele deixa de ser representativo.
Portanto, diversifique sim, mas faça-o entre classes de ativos, moedas e até em ativos no exterior. Mas verifique se você não está simplesmente investindo em mais do mesmo e se não está diluindo muito cada ativo, pois dessa forma não estará diversificando de forma eficiente!
No artigo da minha coluna no site da Lu Lacerda escrevi um outro texto complementar à esse, explicando sobre a importância da diversificação. Nele mostrei que o risco é não correr risco, então é preciso diversificar a carteira de investimentos!