Há pouco mais de 2 anos, o mundo começava a enfrentar uma das maiores pandemias de todos os tempos. Na época, o vírus devastava a Europa e apresentava-se como um perigo para o mundo. Tanta insegurança quanto ao futuro balançava os mercados e fazia as bolsas de valores caírem ao redor do planeta.
No Brasil, não foi diferente! Por aqui, o vírus chegou com algum atraso, mas levou muita gente e deixou muita gente desamparada. Na bolsa, tivemos seis “circuit breakers” (uma pausa nas negociações da bolsa quando ela cai muito, para tentar acalmar os ânimos). O Ibovespa chegou ao seu menor nível no dia 23 de março. Porém, contrariando as expectativas, as bolsas se recuperaram bem durante o ano.
Agora, já em 2022, a Rússia resolve invadir a Ucrânia. Mais uma vez, a insegurança de um conflito bélico que pode arrastar o mundo para uma grande guerra chacoalha os mercados e gera incertezas.
Na tentativa de conter as pretensões russas, parte do mundo resolveu se unir e impor sanções econômicas, bloqueando algumas operações bancárias internacionais (Swift) e até paralisando negócios de várias empresas privadas do país.
Sabemos bem que tudo pode voltar ao normal se houver diálogo entre os envolvidos, e que eventuais perdas financeiras e materiais podem ser rapidamente recuperadas em tempos de paz. Mas as vidas humanas perdidas não voltam. Eis aí a maior perda de todas. A guerra nunca deveria ser uma solução.
Como eu lembrei em um artigo que publiquei essa semana no site da Lu Lacerda, em 2020 teve gente que aproveitou essa queda da bolsa para comprar ações já que os juros estavam em movimento de queda e não ganhava-se muito ao investir em renda fixa (em março de 2020 a Taxa Selic chegou a ficar abaixo de 4% ao ano).
Desde meados de 2021 em que a taxa de juros começou a subir e agora em 2022, estamos vendo um movimento contrário: muita gente está resgatando da bolsa para voltar para a renda fixa. Lembrando que a Selic já está em dois dígitos (10,75% aa) e pode subir ainda mais.
Como eu reforcei no mesmo artigo, muito cuidado com o “comportamento de manada”! Evite seguir esses movimentos, tanto na compra quanto na venda. A melhor forma de estar preparado para as incertezas é ter uma carteira diversificada, sempre alinhada aos seus objetivos, ao seu horizonte de investimento e ao seu perfil de investidor.
Disso tudo, surgem algumas perguntas importantes:
- Como fazer essa diversificação de forma eficiente?
- Devo mexer nos meus investimentos nesse momento de crise?
- Como lidar com esse sobe e desce da Bolsa de Valores?
Sobre a diversificação, recomendo que leia a íntegra de um artigo em que explico em detalhes como fazer uma diversificação de investimentos de modo eficiente. Clique aqui para acessar!
De qualquer modo, posso resumir aqui 3 pontos essenciais em uma diversificação de investimentos eficiente:
- invista em ativos com baixa correlação entre si;
- não tenha uma quantidade muito grande de ativos;
- faça um rebalanceamento dos ativos da carteira regularmente ou sempre que for necessário.
No que se refere a mexer nos investimentos por conta da crise, reforço o que eu disse em outro texto que escrevi sobre o tema: se você ficou desconfortável com eventuais perdas, é porque provavelmente sua carteira está mais arriscada do que deveria e você deve ter tomado mais risco do que podia aguentar. Avalie um reajuste do portfólio de forma a reduzir o risco ao longo dos próximos meses.
Quanto às oscilações da bolsa de valores, vale conferir outro texto que escrevi analisando as altas e baixas logo nos primeiros meses da pandemia. Os gráficos que disponibilizei lá te ajudam a entender melhor sobre esses movimentos.
Por fim, independente da guerra entre a Ucrânia e a Rússia, vale a pena encerrar esse texto com a mesma pergunta reflexiva que usei para fechar o texto publicado esta semana no site da Lu Lacerda: você tem seguido a manada ou continua mantendo a sua estratégia de investimento, respeitando o seu perfil de risco, seu horizonte de investimentos e os seus objetivos?