Muitos brasileiros alocam uma grande parte de seu patrimônio em imóveis, ou seja, acabam ficando super imobilizados. Acham que estes investimentos não possuem nenhum tipo de risco e que imóveis são muito seguros.
É verdade que houve uma boa valorização dos mesmos nos últimos anos, o que garantiu um bom resultado financeiro para quem investiu neste tipo de bem. Porém, o Índice FipeZap Composto de março mostra que já houve uma desaceleração da alta dos preços em 2013 e não se espera que o fato se repita daqui em diante. Além disso, se houvesse uma grave crise imobiliária no Brasil como a que ocorreu nos Estados Unidos em 2008, o patrimônio total destes indivíduos, já que são muito imobilizados, sofreria uma grande queda.
Não que seja ruim investir em imóveis, é claro que faz muito sentido compor um portfolio com uma parcela alocada neste tipo de bem. Porém, é válido saber que também há riscos e que a diversificação é importante, como veremos a seguir:
Falta de diversificação
Muitas pessoas investem somente em imóveis, tanto para moradia, como para aluguel. Porém, a teoria de finanças mostra que é necessária uma carteira diversificada para que seja possível minimizar os riscos. “Não coloque todos os ovos na mesma cesta”, já dizia o ditado.
A diversificação ocorre quando os ativos de um portfolio caminham em direções opostas, ou seja, quando um ativo que teve uma rentabilidade positiva compensa um outro que deu prejuízo.
Portanto, evite colocar toda a sua poupança em imóveis, e muito menos num ÚNICO imóvel. O ideal é distribuir seu patrimônio em várias classes de ativos, como renda fixa, ações e também imóveis. Dentre estes, considere diversificar também entre residenciais e comerciais e ainda em diferentes localizações.
Pequenos imóveis tendem a ser mais fáceis de alugar, o valor do aluguel/m2 costuma ser maior do que em caso de imóveis maiores e se ficar vazio, o impacto será reduzido no orçamento.
Comprar imóveis pequenos, inclusive, é uma ótima oportunidade para utilizar o seu saldo do FGTS que rende muito pouco, apenas 3% ao ano mais a Taxa Referencial (TR). Veja o texto “Como me planejar para comprar um imóvel” para maiores detalhes sobre a compra de um imóvel utilizando estes recursos.
Riscos
Imóveis, em geral, incorrem em alguns riscos que muitas vezes nem percebemos:
- Risco de liquidez, que se dá pela dificuldade e pelo tempo gasto em transformar um ativo em dinheiro sem incorrer em muitas perdas.
- Risco de desvalorização do imóvel, que se dá devido a fatos macroeconômicos tanto Brasil como no exterior que venham a derrubar os preços dos imóveis.
- Risco de vacância, que se dá pelos custos adicionais de condomínio e IPTU e pela perda de renda potencial no caso de ficar muito tempo desocupado.
- Risco de inadimplência, que se dá pelos custos adicionais de condomínio e IPTU, pela perda de renda potencial, além de custos com processos e advogados para tirar o inquilino inadimplente do imóvel.
Resumindo, procure minimizar seus riscos compondo uma carteira de investimentos diversificada, sem deixar de considerar a alocação de uma parte em imóveis!