O Jornal Nacional noticiou ontem que o volume de dinheiro emprestado no cheque especial chegou a quase 28 bilhões de reais, o nível mais alto da série histórica.
Com o nível de endividamento cada vez mais alto e o salário sendo corroído pelo aumento da inflação, muitos tem utilizado o cheque especial para fechar as contas do mês.
Porém, os juros são altíssimos e podem comprometer as finanças de quem abusar deste recurso: Um indivíduo que tenha uma dívida no cheque especial de R$ 1 mil, pagará de juros e impostos em 12 meses mais de R$ 1,4 mil, ou seja, mais do que o empréstimo original.
Para que isso seja evitado, é preciso planejamento e disciplina para preparar um orçamento doméstico e passar a gastar menos.
Fui entrevistada para dar dicas dos cuidados necessários para a utilização deste recurso:
- Segundo o levantamento mais recente do Banco Central, o volume de dinheiro emprestado nesta modalidade de crédito bateu recorde em abril. Foram quase 28 bilhões de reais no vermelho, o nível mais alto da série histórica, que começou em março de 2011. Um aumento de 11% em relação ao mês anterior. Gostaríamos de entrevistá-la para saber que cuidados são necessários para utilizar este recurso, já que o prazo de pagamento é curto, o crédito é caro e as taxas podem mudar mês a mês.
Esta é a modalidade de crédito com uma das mais altas taxas de juros e somente deve ser utilizada em casos de extrema urgência ou por um curto prazo de tempo. Além dos juros altíssimos, que inclusive estão aumentando, ainda há o IOF, que é cobrado mesmo para aquelas contas que tem alguns dias com isenção dos juros do cheque especial.
Muitos utilizam o cheque especial por descuido, já que não verificam sua conta bancária periodicamente e acabam esquecendo de resgatar o dinheiro de uma aplicação financeira para zerar o saldo negativo da conta. Outros utilizam este crédito por comodidade, já que é automático. E alguns o utilizam por desconhecimento de outras formas de crédito mais baratas ou por não perceber o quão cara esta modalidade é.
O maior problema é que muitos acabam querendo se enganar e utilizam o cheque especial como um complemento de sua renda e não querem aceitar que já contraíram uma dívida!
Minhas dicas são:
1) Procurar gastar menos do que ganha, o limite do cheque especial não pode ser considerado um complemento da renda.
2) Evitar gastos por impulso.
3) Ter uma reserva financeira de emergências para não ficar com saldo negativo quando ocorrerem imprevistos.
4) Controlar periodicamente o saldo da conta corrente e agendar resgates das aplicações financeiras para as datas em que caem os débitos automáticos.
5) Contratar um empréstimo pessoal com taxas de juros mais baixas, caso a utilização do cheque especial seja por um prazo prolongado.
Assista ao vídeo a seguir: