
Você já pensou em quanto custa o seu estilo de vida? E mais do que isso… Já pensou em quanto que você precisa trabalhar para manter esse custo?
Outro dia escrevi sobre esse tema para a Coluna da Lu Lacerda, da Veja Rio. E ele continua na minha cabeça, porque tem tudo a ver com escolhas — pequenas e grandes — que fazemos todos os dias sem perceber. Vamos falar sobre isso…
O custo do estilo de vida
Voltamos então à pergunta: você sabe quanto custa manter o seu estilo de vida atual? Não estou falando só do valor do seu aluguel, da escola dos filhos ou do plano de saúde. Estou falando também das decisões que parecem pequenas: o café na padaria, o delivery frequente, a promoção que “valia muito a pena”. São gastos que muitas vezes passam despercebidos, mas que, somados, têm um grande impacto no seu orçamento.
Falar sobre dinheiro ainda é um tabu, e esse silêncio nos afasta da possibilidade de mudança. Falar sobre dinheiro deveria ser tão natural quanto falar sobre saúde. É uma parte essencial da nossa vida e, quando ignoramos, os problemas só crescem.
E o que agrava essa situação é o fato de que a maioria de nós nunca aprendeu sobre educação financeira na escola, nem teve esse tipo de orientação em casa. Sem referência e sem informação, seguimos tomando decisões importantes no piloto automático, baseadas mais no impulso do que na intenção. Assim, vamos tocando a vida financeira no improviso, lidando com o dinheiro de forma emocional e, não raro, desorganizada.
Foi sobre isso que conversamos, eu e a Kika Gama Lobo numa palestra que demos para o Projeto Interlocuções na Cidade das Artes no Rio de Janeiro. Veja aqui algumas imagens gravadas na palestra.
O estilo de vida e o que tem valor para você
Outro ponto importante: será que o seu estilo de vida reflete o que você valoriza de verdade? Ou está apenas reproduzindo expectativas externas, como as que vemos nas redes sociais? A comparação também pesa.
Como ninguém vê o extrato bancário do outro, mas todos vemos os recortes editados nas redes sociais, é fácil achar que todo mundo está vivendo melhor e tentar acompanhar esse padrão que nem sempre é real. Esse movimento silencioso pode nos levar a manter um estilo de vida acima das nossas possibilidades, o que traz ansiedade, endividamento e frustração. Muita gente vive uma rotina que não cabe no orçamento, tentando sustentar uma imagem e isso, com o tempo, pesa no bolso.
O caminho para mudar começa com o básico: observar. Ter clareza sobre o custo do próprio estilo de vida exige um pouco de dedicação. Para isso, anotar os gastos, por menores que sejam, ainda é uma das maneiras mais eficazes de ganhar consciência. Saber quanto você gasta no supermercado, quando vence o cartão de crédito, ou quais são os seus gastos fixos mensais já ajuda — e muito — a retomar o controle.
Entender datas de vencimento, juros e tarifas evita surpresas. Planejar o dia a dia com pequenas atitudes — como levar marmita ou repensar o uso do carro — pode parecer pouco, mas faz uma diferença.
E, claro, repensar. É possível viver bem gastando menos, se o que você consome estiver alinhado com os seus valores. Quando o dinheiro é usado com intenção, ele traz mais leveza e liberdade.
Planejar a vida financeira não é só fazer contas: é se reconectar com o que importa. É parar de viver no modo automático e passar a fazer escolhas mais conscientes. Pense nisso! Se quiser ler o texto que escrevi para a Veja Rio, está aqui: Seu dinheiro, por Leticia Camargo: quanto custa seu estilo de vida?