A desvalorização do Real continua preocupando quem está planejando o orçamento para as férias de final de ano e todo o cuidado é válido para evitar o desequilíbrio financeiro.
O ideal é planejar toda a viagem, desde a passagem e hospedagem até os gastos com alimentação, transporte e passeios. Esta foi a dica que dei ao Deco Bancillon do Correio Braziliense que publicou a matéria “Dólar chega a R$ 2,33 e pune turista; especialistas recomendam cautela“.
Inclusive, acabei de retornar de uma viagem para o Reino Unido com a família. Foi uma viagem maravilhosa e pudemos aproveitar bastante…. Bem, mas esse post certamente não é para contar meramente como é bacana visitar os países que formam um dos maiores berços culturais e, ao mesmo tempo, inovadores de todo o mundo!
Achei válido compartilhar como planejei esta viagem, mostrando o passo a passo, para ilustrar o que já escrevi aqui algumas vezes sobre o assunto.
Antes da viagem, fiz vários planos e pesquisei bastante pela internet e com amigos. Iniciei fazendo uma estimativa de qual seria o custo total, incluindo passagem e deslocamentos, estadia, alimentação, passeios e compras.
O primeiro ponto foi tentar economizar na passagem, que seria o grande peso financeiro. Organizei com bastante antecedência e pude comprar as passagens com milhas, do Rio de Janeiro até Londres (mesmo as passagens tendo sido de milhas, as tarifas dos aeroportos não foram nada baratas). De lá, pegamos um voo para Glasgow e viajamos de carro pela Escócia e depois voltamos de trem de Glasgow até Londres.
Reservei os hotéis, o carro e o trem pela internet, procurando sempre os melhores preços. Utilizei o Booking.com e o Tripadvisor para reservar os hotéis e o aluguel do carro. Lembro que é importante estimar também o gasto com o combustível. (Uma boa idéia é utilizar o Google Maps para calcular a kilometragem).
Por lá, existem duas redes de hotéis com bom custo benefício: o Premier Inn e o Travelodge. São hotéis low cost, sem muito luxo, básicos mas com conforto. É possível encontrar vários deles em uma única cidade.
Para comprar a passagem de trem, utilizei o site The Trainline, que inclusive, tem um serviço por email que avisa quando a tarifa do trecho que você vai viajar está em oferta.
Com certeza, pesquisar o valor da passagem e da estadia é bem mais simples do que estimar o quanto será gasto com o restante. Você pode se surpreender com o aumento do valor da sua viagem, quando incluir estes três ítens: refeições, passeios e compras!
O site Book a Table é um bom lugar para estimar quanto sairiam as refeições. Basta mutiplicar pelo número de dias, lembrando que seria café-da manhã, almoço e jantar. Na Grã-Bretanha, uma ótima opção para lanches rápidos é a rede Pret a Manger que é bem saudável e com bons preços.
Para planejar o custo dos passeios, entrei no site oficial de turismo da Escócia – aliás, vale dizer, todos os países do Reino Unido possuem sites oficiais similares (tente começar com o Visit Britain). Descobri que existe um passe para três ou sete dias, o Explorer Pass, em que você paga um preço fixo e pode visitar várias atrações por lá, inclusive os castelos, que são maravilhosos.
Para a estadia em Londres, fiz uma pesquisa de quanto sairia o ticket do metrô e entrada para algumas atrações. O site LondonPass tem tudo que o turista precisa. O site do Oyster Card, que é o cartão de transporte oficial, também ajuda bastante.
Compras? Muito pessoal. Planejar bem e colocar limites para estes gastos foi outra dica que dei ao Correio Braziliense para a reportagem. Se não houver um controle das compras, isso pode furar o orçamento na volta para casa, principalmente se estas compras forem efetuadas no cartão de crédito, o que deve ser evitado.
Duas dicas são: a Poundland, em que você pode comprar tudo por um Pound (Libra) e a Primark, que são boas opções para as lembrancinhas para a família. Lembre-se que qualquer excesso de peso na sua bagagem é cobrado. Atualmente as malas não podem passar de um determinado peso por volume.
Depois de tudo estimado, comprei as libras com bastante antecedência para conseguir um preço médio no câmbio. Coloquei a maior parte em um cartão pré-pago, mas levei um pouco em espécie também. Acompanhei as cotações pela internet e procurei fazer as compras aos poucos nos dias em que a libra estava com melhor preço.
Fazer um seguro de viagem também é muito importante para dar tranquilidade em caso de algum problema de saúde. Acabei descobrindo que o meu plano de saúde tinha cobertura no exterior. Entretanto, foi preciso solicitar que eles emitissem um certificado para a cobertura internacional. Em alguns casos, quando compramos a passagem pelo cartão de crédito, também é possível conseguir esta cobertura e sem nenhum custo adicional.
Outro ponto importante é o celular e a internet. Como sobreviver sem eles? Apurei que comprando um chip lá (na Virgin por 15 libras para ligações e internet ilimitada), seria muito mais razoável do que utilizar o serviço da minha operadora.
Uma última dica é o Tax Free, pois como somos turistas e não moramos lá, eles nos devolvem parte dos impostos pagos. Para isso, é preciso solicitar na loja em que foi feita a compra o formulário do Tax Free, chegar no aeroporto com antecedência, ir no guichê do VAT e entregar toda a papelada. O reembolso pode ser em dinheiro ou no cartão de crédito.
Por fim, além do orçamento, tive a precaução de levar um pouco mais do que o valor estimado, como reserva de emergências. Durante a viagem, procuramos seguir o planejado em nosso orçamento para as férias e tudo correu super bem!
Veja aqui a reportagem do Correio Braziliense: