Estou de férias aqui na Holanda e aqui muita coisa gira em torno das tulipas, muito famosas no país. Lembrei-me história da Bolha das Tulipas ou Tulipomania e resolvi escrever o texto dessa semana sobre o assunto.
A primeira das bolhas especulativas conhecidas foi a bolha das tulipas na Holanda nos anos 1600. Na história recente, tivemos várias outras crises semelhantes, com a do Bitcoin sendo a última. Outras duas conhecidas foram a das empresas de tecnologia PontoCom no início dos anos 2000, e da crise imobiliária ou do subprime americano em 2008.
Na época da crise das tulipas, as pessoas passaram a desejar excessivamente essas flores, já que eram uma demonstração de status. Elas se tornaram um item de luxo cobiçado, um verdadeiro símbolo social de riqueza e competição entre membros das altas classes.
Em consequência disso, as pessoas passaram a pagar cada vez mais pelas flores, sobretudo as mais raras, o que gerou um aumento estrondoso de demanda. Muita gente chegou mesmo a vender seus bens para comprar tulipas com o intuito de revender e lucrar com a subida dos preços no futuro. Há registros de que as tulipas foram trocadas por terras, animais valiosos e até por casas em Amsterdã.
Porém, como as tulipas só floresciam entre abril e maio, logo começou a haver negociações dos seus bulbos antes mesmo da época da colheita, os chamados contratos futuros de tulipa (era como se fosse pago um preço para ficar na fila para comprar as flores que ainda estavam sendo plantadas).
Só para se ter uma ideia, uma tulipa específica era oferecida num catálogo a preços entre 3 mil e 4,2 mil florins dependendo do seu tamanho e um trabalhador de artes manuais ganhava por mês em torno de 300 florins. Na época isso era uma fortuna, sobretudo quando levamos em consideração que se tratava de uma simples flor, por mais bela que fosse! Fonte: Wikipedia.
Em 1636, especuladores passaram a entrar no mercado e foi quando formaram um mercado formal de contratos futuros de compra de tulipas na temporada. Nesse mercado, os contratos eram comprados e vendidos. Com isso, cada vez mais pessoas concorriam pelas flores, dispostas a pagar preços cada vez maiores para consegui-las. Os preços foram às alturas por causa das especulações com esses contratos futuros. Uma verdadeira histeria!
Porém, em um dado momento, houve uma perda de confiança e todos começaram a tentar vender os seus bulbos. A consequência foi uma queda vertiginosa nos preços, levando muita gente a perder tudo o que tinha investido em tulipas. O movimento foi seguido de muitas falências e até de suicídios.
Essa foi a crise das tulipas, ou tulipomania! (Aliás, pena que cheguei no final de maio e perdi a época em que elas florescem, pois aqui tem uns lindos campos para visitação. Essa visita vai ficar para a próxima!)
Até hoje muitos especialistas lembram desta crise quando falam de um ativo que está sendo negociado muito acima de seu valor intrínseco, ou seja, aquele calculado pela análise dos fundamentos do ativo, ou quando muita gente sem o devido esclarecimento corre para comprar um ativo na esperança de lucrar com o mesmo, num conhecido movimento denominado “comportamento de manada”.
O que achou da bolha das tulipas? Isso tudo tem a ver com ganância, comportamento irracional e medo!