[Atualizada em 27/04/2020] Neste último domingo, publiquei um texto sobre poupança na Exame que foi super acessado pelos leitores da revista. O artigo ficou em primeiro lugar no Google para quem procura por “poupança” até hoje de manhã (quarta, dia 22/04) no horário em que escrevo.
Fiquei muito surpresa por ter tanta gente ainda investindo em poupança, mas querendo saber como fazer para que o seu dinheiro renda mais! Recebi mais de 120 emails até o momento, com assuntos variados. A grande maioria era sobre os primeiros passos para investir e, na medida do possível, procurei responder a todos eles.
Sugeri para quase todos que estudassem sobre o assunto, inclusive, passei para eles o link “Investimento em 5 passos”, que é um compilado de vários artigos sobre o assunto.
A maior questão é que não existe uma fórmula única para o melhor investimento. Existe sim, o investimento mais adequado para cada um, mais adequado aos objetivos, ao horizonte de tempo e, principalmente, ao perfil de risco de cada pessoa. Sendo assim, não há uma resposta única. É necessário analisar cada caso, de posse de mais dados para então poder sugerir o investimento mais adequado de forma personalizada.
De qualquer forma, achei super interessante receber tantos emails sobre investimentos. Nesse momento de crise, imaginei que a maior questão financeira fossem as dívidas. Fiquei feliz, pois percebi que tem muitos que pouparam, investiram na poupança (talvez, por ser o mais conhecido dos investimentos brasileiros), mas que agora estão despertando para novas possibilidades!
Como já escrevi em outro artigo aqui no site, é em momentos de transição que as pessoas mais procuram por planejamento financeiro (veja o artigo aqui). Talvez por isso, os acessos tenham sido tão numerosos….
Mas, voltando à questão da poupança, para os depósitos anteriores ao dia 04/05/2012, a rentabilidade ainda é dada por 0,5% ao mês mais a TR. Portanto, se esse é seu caso e você tem um perfil conservador, não resgate, mantenha seus recursos investidos onde estão, já que atualmente esse é um ótimo rendimento para um investimento com baixo risco! Esse retorno acumulado ao ano dá um total de 6,17% e se formos considerar que, atualmente, os juros básicos da economia estão em 3,75% ao ano, essa rentabilidade da poupança antiga é uma baita vantagem.
Porém, como expliquei no artigo: “os depósitos em poupança efetuados a partir dessa data, estão rendendo cada vez menos e podem chegar a ter juros reais (aqueles acima da inflação) muito próximos de zero ou até negativos.”
Isso acontece porque a Meta Selic caiu muito nesses últimos anos, indo de 14,25% em agosto de 2016 para 3,75% em março deste ano, conforme mencionei acima no artigo. E a rentabilidade desses depósitos é dada por 70% da Meta Selic mais a TR (que está zerada no momento), quando essa meta for igual ou menor do que 8,5% ao ano.
Sendo assim, se os seus investimentos em poupança são mais recentes, sugiro que comece a pensar em diversificar sua carteira de investimentos.
Até porque, uma desvantagem da poupança é que a rentabilidade só é paga na data de aniversário de cada aporte e se os recursos forem sacados antes disso, o investidor não receberá rendimento nenhum daquele período desde o último aniversário até o resgate.
É verdade que primeiro você precisa guardar a reserva de emergências de 3 a 12 vezes os seus gastos mensais, veja aqui esse texto que explica sobre essa reserva.
Mas, para os recursos excedentes, poderá diversificar em produtos que contenham um pouco mais de risco, mas sempre sem perder de vista os seus sonhos e objetivos, horizonte de investimento e perfil de risco. Já falei sobre isso, mas não custa relembrar!
Por fim, complementei no texto o seguinte: “Se o caro leitor já possuir essa reserva, poderá começar a diversificar sua carteira com os recursos excedentes em outras classes de ativos com algum risco. Para isso, poderá investir nos outros títulos do Tesouro Direto, aplicando em Tesouro IPCA e/ou Tesouro Prefixado. Conforme for aumentando seu montante em investimentos, poderá alocar também em fundos multimercado, fundos imobiliários ou até em fundos de ações.”
Vale ressaltar que o mercado está oscilando bastante nas últimas semanas, por conta da crise. Isso aumenta a volatilidade de alguns investimentos. É preciso ter cautela e conhecimento antes de investir em produtos financeiros mais arriscados, como é o caso das ações, por exemplo. Nunca invista seus recursos de uma tacada só, vá fazendo isso aos poucos. Assim, também pode ir sentindo como são os altos e baixos desses investimentos mais arriscados e pode ver como se sente em relação à essa maior volatilidade. Inclusive, o ideal é que conte com a ajuda de um profissional da área, como é o caso do planejador financeiro CFP® (saiba mais, clicando aqui).
Aproveito também para lembrar que os investimentos em renda fixa são importantes para compor uma carteira de investimentos, servindo inclusive como um colchão para os momentos de crise. Quem tem Tesouro Selic na carteira, por exemplo, viu como eles são primordiais para minimizar a volatilidade do portfólio, além de serem os investimentos indicados para a reserva de emergências também. Se alguém ainda não tinha se convencido disso, acredito que a crise tenha deixado mais claro para todos.
Especificamente sobre essa questão da renda fixa, vale a pena conferir um outro artigo que publiquei há poucos dias também na Revista Exame: clique aqui para ler.
Bons investimentos!