Quando a questão é complemento da aposentadoria (e vamos combinar que isso é cada vez mais necessário, vide o tanto que vem se falando sobre a reforma da Previdência Social), a primeira questão no nos vem à cabeça é: onde investir o dinheiro?
Previdência privada como complemento da aposentadoria
Não há dúvidas de que a previdência privada é uma ótima opção e o primeiro tipo de investimento que nos vem à cabeça, quando estamos falando de complemento da aposentadoria.
Principalmente para aqueles que declaram pelo modelo completo, têm renda bruta tributável e são contribuintes do Regime Próprio, do INSS, são aposentados ou pensionistas, a previdência deve ser considerada. Neste caso, é possível ter o benefício fiscal na declaração do IR para aportes de até 12% da renda bruta tributável em PGBL ou Fundo de Pensão.
Conforme expliquei na entrevista, para saber se vale a pena declarar pelo modelo completo, “A ideia é simples: as despesas dedutíveis, incluindo a previdência privada, precisam superar o desconto padrão do modelo simplificado, de R$ 16.754,34, para que a declaração pelo modelo completo seja mais interessante”.
Outra vantagem é que os fundos de previdência não têm o come-cotas, e se a tabela de imposto de renda for a regressiva, ainda é possível ter apenas 10% de IR para resgates efetuados depois de 10 anos do aporte.
E tem mais… Atualmente, já é possível encontrar bons fundos de previdência, de bons gestores independentes, sem taxa de carregamento e com interessantes resultados de rentabilidade.
Veja aqui esta matéria do Uol em que tive a oportunidade de contribuir sobre o benefício fiscal de investir em previdência privada (PGBL).
Outros investimentos como complemento da aposentadoria
Pois é… As vantagens da previdência privada são boas, mas também é possível fazer um pé de meia por meio de outros investimentos que não o PGBL ou o VGBL.
Títulos do Tesouro são uma ótima opção, ainda mais em se falando de longo prazo, com a opção do Tesouro IPCA. Esse título remunera seu dinheiro pela inflação e mais uma taxa de juros combinada no momento da compra. Então, você garante a manutenção do seu poder de compra pela atualização pelo IPCA e ainda tem um juro real, para fazê-lo crescer.
Falando nisso, tive a oportunidade de dar uma entrevista para a Roseli Loturco na Revista Valor Investe que foi publicada hoje.
Nesse caso, o idel é comprar um título que tenha o vencimento próximo à data da sua aposentadoria, para não ter que vender antes do prazo e precisar estar sujeito às taxas de mercado, que se estiverem mais altas do que as da sua compra, poderão comprometer o rendimento do seu título. Veja aqui este texto sobre como é possível até perder dinheiro em renda fixa.
Antes da aposentadoria, é melhor escolher o título sem pagamento de juros semestrais, para evitar o imposto de renda mais alto nos 2 primeiros anos. Mas, depois que se aposentar e o título vencer, é possível comprar títulos que tenham pagamentos de juros semestrais para utilizar esses recebimentos como complemento da renda.
O problema é que esses cupons são pagos apenas semestralmente, o que poderia dificultar o dia a dia das contas mensais. Sendo assim, uma estratégia é comprar alguns títulos com vencimentos em anos pares e outros com vencimentos em anos ímpares. Desta forma os pagamentos serão de 3 em 3 meses, de forma alternada, já que os juros dos títulos com vencimento em anos pares são pagos em fevereiro e agosto e os com vencimento em anos ímpares, têm juros nos meses de maio e novembro.
De qualquer forma, é sempre importante procurar manter uma carteira de investimentos diversificada e de acordo com seus objetivos, perfil de risco e horizonte de investimentos. Nunca coloque todos os ovos na mesma cesta, assim já diziam nossas avós!