Pergunta do Leitor Stefanio Koiti Yonamine para a Revista InfoMoney:
Vale a pena ter um plano de previdência privada. Eu já invisto em ações e títulos públicos e ainda faço depósitos mensais para previdência privada e social. Será que não é melhor eu mesmo gerenciar os investimentos e parar de contribuir com a precidência privada?
Resposta de Leticia Camargo, CFP®:
É uma boa estratégia investir em previdência privada para se planejar para o futuro e construir uma carteira de investimentos diversificada. Porém, é importante lembrar que, para poder escolher os produtos mais adequados, é preciso avaliar seu perfil de risco e saber qual o prazo de seu investimento.
A previdência privada é uma boa opção de longo prazo pois serve de complemento à aposentadoria do INSS no futuro. Outra vantagem é a possibilidade de deduzir as contribuições para planos do tipo PGBL em até 12% da base de cálculo do imposto de renda no caso específico de quem envia a declaração anual do IR pelo modelo completo.
Além disso, em planos de previdência não há o come-cotas, que é um adiantamento do imposto de renda pago à Receita Federal nos meses de maio e novembro e que incide sobre outros tipos de fundos, como de renda fixa ou multimercados. Então o dinheiro que seria pago ao governo continuará rendendo até o resgate, o que aumenta sua acumulação de patrimônio.
Por último, a previdência privada pode ser um ótimo veículo de planejamento sucessório, já que, em caso de morte do titular, o valor depositado na previdência não entra no inventário, não está sujeito ao pagamento de ITCMD (Imposto de ransmissão Cauda Mortis e Doação) e fica disponível aos beneficiários alguns dias após o óbito.
É importante procurar planos de previdência com baixas taxas de carregamento (alguns planos são isentos) e de administração, já que, em muitos casos, os altos custos destes planos não apenas anulam as vantagens tributárias como também contribuem para tornar os retornos pouco atrativos.
Por isso, se sua declaração de IR for efetuada pelo modelo simplificado, se você não tiver interesse em um instrumento de planejamento sucessório e se os planos que lhe foram oferecidos não tiverem taxas atraentes, a sugestão é deixar de contribuir para a previdência privada e passar a gerenciar as próprias aplicações – desde que se tenha conhecimento suficiente para isso.
Segue o artigo na íntegra: