Também abordei o conteúdo do primeiro programa em outro artigo, onde tratamos de planejamento financeiro (clique aqui para acessar).
Qual é o mínimo para começar a investir o seu dinheiro?
Esta foi a primeira pergunta que o Samy me fez, logo no começo do programa…
Em resposta, revelei que uma pessoa consegue investir no Tesouro Direto com algo em torno de 30 reais apenas. O Tesouro Direto é uma plataforma do governo, especificamente do Tesouro Nacional, que permite que pessoas físicas invistam em títulos públicos.
Para poder fazer este tipo de investimento, é preciso se cadastrar em uma corretora, que pode ser até mesmo a do seu banco. Inclusive, no site do próprio Tesouro há uma lista de corretoras disponíveis.
Sobre as opções de investimento que o Tesouro Direto oferece, temos 3: Tesouro SELIC, Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA.
Tesouro SELIC
Este é o investimento mais conservador, recomendado para quem possa precisar do dinheiro a qualquer momento, no curto prazo. Trata-se de um investimento que segue a taxa de juros de mercado, a Taxa Selic, cuja Meta é definida pelo COPOM (Comitê de Política Monetária).
Tesouro Prefixado
Trata-se de um investimento recomendado para quem quer saber logo no início quanto vai ganhar e para quem tem um objetivo com prazo determinado no futuro. Por exemplo: se você tem o objetivo de comprar uma casa daqui a dois anos, poderia investir em Tesouro Prefixado com vencimento em dois anos, de modo que você já saberia na largada exatamente qual seria o seu ganho ao final deste período.
Em outras palavras, esta modalidade permite que o investidor saiba exatamente quanto irá ganhar ao ano. Mas, é importante ressaltar que isso é válido quando o título é mantido até o vencimento. Porém, se o título for vendido antes do prazo final, o investidor fica à mercê das taxas de mercado e pode até ter rendimento negativo. Veja mais aqui.
Tesouro IPCA
O Tesouro IPCA é um título cujo valor é corrigido pela inflação (IPCA) e acrescido de uma taxa de juros fixa, taxa esta que hoje está em torno de 5% ao ano. Desta forma, ele oferece um rendimento pelo juro real – acima da inflação-, garantindo que você tenha um aumento do seu poder de compra.
Este tipo de título é indicado para a reserva de aposentaria, pois trata-se de um investimento de longo prazo. Recomenda-se que seus investidores carreguem os títulos até o vencimento, justamente para não correrem o risco de ter que resgatar o investimento a taxas de mercado antes do tempo.
Custos do Tesouro Direto
Quanto aos custos dessas modalidades de investimento, a lista de corretoras no site do Tesouro já citada acima, apresenta os custos cobrados em cada uma delas. Existem inclusive corretoras que não cobram taxa nenhuma. Isso mesmo: taxa zero! Elas fazem isso porque cadastram novos clientes e podem oferecer outros produtos financeiros à eles.
Além dos custos de corretagem, é preciso lembrar que há também o Imposto de Renda sobre os rendimentos e o IOF, que é o Imposto sobre Operações Financeiras (este último se você resgatar o valor investido antes de 30 dias). Se desejar saber mais sobre a tributação dos investimentos, clique aqui.
E a poupança?
Por que a poupança ainda é o investimento favorito do brasileiro?
Um dos motivos está no fato de que a poupança é isenta de Imposto de Renda, e isto é um chamativo para a massa de investidores. Além disso, ela normalmente está vinculada à conta corrente da pessoa física, o que a torna a modalidade de investimento mais fácil e mais acessível ao investidor menos qualificado.
Mas, o que é mais vantajoso, poupança ou os títulos do Tesouro Direto?
Em geral, as opções do Tesouro Direto têm rentabilidade melhor, mesmo pagando-se Imposto de Renda. Por exemplo, em 2016, para se ter uma ideia, a poupança acumulou rendimento de aproximadamente 8%, enquanto o Tesouro Selic deu algo em torno de 14% bruto. Esta taxa continua sendo significativamente mais vantajosa, mesmo quando descontado o Imposto de Renda (de 15% se for uma aplicação de pelo menos 2 anos), pois a rentabilidade líquida seria de aproximadamente 12,25% ao ano. Bem melhor do que o rendimento da poupança.
Mas por que as pessoas continuam investindo na poupança? Seria uma questão de falta de informação?
Acredito que a falta de informação seja uma das justificativas, já que é preciso considerar que a poupança ainda é o investimento mais popular, enquanto o Tesouro Direto é um mistério para muita gente. Desse modo, o investidor mais conservador não quer arriscar, ele prefere ficar com a opção mais cômoda e que ele mais conhece, que é a poupança, mesmo que não tenha a melhor rentabilidade.
Infelizmente, muitos gerentes de banco não apresentam o Tesouro Direto como opção de investimento, preferindo oferecer títulos de capitalização. Então, quais os cuidados que nós, enquanto clientes, devemos ter quando conversamos com eles?
Realmente pode haver algum conflito de interesse da instituição financeira em relação ao seu cliente. O gerente (e, portanto, o banco) vai ganhar mais quando as taxas cobradas pelos produtos financeiros forem maiores. Por outro lado, o melhor para o cliente são os produtos financeiros com menores taxas, que proporcionarão melhores rentabilidades. Ficando claro aí o conflito.
No caso do Tesouro Direto, existem corretoras que não cobram nada, o que significa que o banco não poderá cobrar muito para que seja competitivo no mercado. Isso torna o Tesouro Direto menos interessante para eles, comparativamente a outros produtos que são vendidos.
E quanto aos títulos de capitalização, são um bom investimento?
Para começar, é preciso deixar claro que títulos de capitalização nem podem ser considerados um investimento, pois não rentabilizam o seu dinheiro. Ao final, o que você tem na maioria deles, é o seu dinheiro de volta, sem nenhuma correção. A única vantagem são os sorteios que ocorrem ao longo do tempo, mas que, pela pequena probabilidade de ganho, não valem a pena. São mais parecidos com loterias do que com investimentos. Veja aqui este texto em que expliquei sobre os títulos de capitalização.
Recursos das contas inativas do FGTS
Sobre os saques das contas inativas do FGTS, Samy perguntou se vale a pena sacar estes recursos …
Resgatar os recursos é sim a melhor decisão, porque o rendimento do FGTS é muito baixo quando comparado aos demais investimentos, incluindo a poupança.
No que se refere ao destino desse dinheiro, recomendo que o beneficiário aproveite primeiro para quitar suas dívidas, sobretudo aquelas que cobram os juros mais elevados. Em seguida, se a pessoa tiver algum financiamento, deve adiantar o pagamento de algumas parcelas de forma a usufruir de um bom desconto nos juros. Por fim, se sobrar algum valor, vale a pena investir o dinheiro. A minha sugestão é que: “se a pessoa estiver começando a realizar investimentos, comece pelo Tesouro Direto”
Mudando de mídia, mas ainda sobre como investir o seu dinheiro: o case da Revista Donna
Para finalizar, em janeiro deste ano colaborei com a Revista Donna, apresentando algumas opções de investimento para o ano que estava começando. Na ocasião, a revista trouxe alguns cases de várias mulheres e seus diferentes objetivos de Ano Novo. Uma delas era a publicitária Gabriela Carminatti, de 27 anos, que tinha como objetivo aprender a investir ao longo de 2017 (clique aqui para ler o artigo que escrevi na época).
Na semana passada também, voltei a ser entrevistada pela revista, para dar dicas adicionais sobre investimentos, fazendo um link com aquela matéria. A matéria analisava os avanços (ou não) de cada uma daquelas mulheres em relação aos seus objetivos anuais, incluindo a própria Gabriela. Legal, não? Quer saber como estão os progressos dela: Clique aqui, ou clique no botão a seguir para ler o artigo completo da revista e para descobrir dicas adicionais sobre como investir o seu dinheiro.
Espero ter te ajudado clareando suas dúvidas em torno da questão de como investir o seu dinheiro. Boa sorte em seus investimentos e conte comigo em sua jornada!