Você sabe a diferença entre endividado ou inadimplente? Não sei se você sabe o significado de cada termo, mas o fato é que uma grande quantidade de pessoas confunde as palavras, acreditando que são sinônimas, quando na verdade não o são.
Este poderia ser somente um problema de vocabulário, mas infelizmente não o é. A questão é que essas palavras consistem em situações financeiras diferentes com consequências também diferentes.
Endividado ou Inadimplente
Para começarmos, vamos a uma breve definição:
Endividado: é aquela pessoa que tem dívidas financeiras. Vale frisar que se trata de qualquer dívida, desde empréstimos bancários até carnês para pagar, passando pelos financiamentos e parcelamentos de compras.
Inadimplente: o inadimplente é aquele que não conseguiu, por variados motivos, pagar a dívida que tinha (ou a parcela da dívida) no prazo estipulado. Em outras palavras, estamos falando daquela pessoa que não conseguiu honrar os compromissos financeiros assumidos.
Repare que todo inadimplente está endividado, ao passo que nem todo endividado é inadimplente, desde que esteja pagando as suas contas em dia.
Estar endividado é um problema?
Quando fazemos uma compra utilizando o cartão de crédito e parcelamos a mesma em 10 vezes sem juros, estamos passando para a posição de endividados, já que estamos assumindo um empréstimo, mesmo que sem juros.
Muita gente acha que isso não se trata de uma dívida, ou simplesmente não percebe isso, mas sim… É uma dívida!
Superada esta questão, a pergunta a seguir é: estar endividado é um grande problema?
Estar endividado não é um problema se:
- A pessoa terá condições de pagar o compromisso, ou seja, as parcelas não serão um problema financeiro para ela.
- A pessoa terá benefícios financeiros para usufruir deste endividamento.
Diante dessas duas premissas, é possível deduzir três tipos de comportamento:
- Pessoas que se endividam sem se preocupar com nenhuma das premissas acima, o que normalmente termina em inadimplência.
- Pessoas que se preocupam com a primeira premissa, ou seja, não terão problemas para pagar a conta, mas não se organizam financeiramente para usufruir dos benefícios de algumas dívidas.
- Pessoas que se preocupam com ambas as premissas e tiram o maior proveito de suas dívidas.
Diante da terceira possibilidade acima, é bem possível que algumas pessoas questionem: Leticia, como isso é possível? Como fazer uma dívida que nos seja favorável, que nos dê benefícios?
Pois é… Para facilitar, vou repetir um exemplo que utilizei no artigo que publiquei este mês na Revista Em Condomínios (clique aqui para ler):
“Se eu vou na farmácia e tenho dinheiro para pagar os medicamentos à vista, mas o estabelecimento não me oferece desconto para o pagamento imediato, opto por pagar parcelado e sem juros, no máximo de prestações que a drogaria permitir.”
Existem duas razões principais para isso:
- Quando decido ficar com o dinheiro e pagar parcelado, já que não havia desconto na compra à vista, posso investir a quantia que tenho em mãos pelo tempo que perdurar o parcelamento. Em suma: ganharei um dinheiro com os juros deste investimento.
- Ao utilizar o cartão de crédito, estarei acumulando pontos de fidelidade que, eventualmente podem ser trocados por eletrodomésticos ou passagens aéreas para uma viagem legal, dentre outros benefícios que posso escolher.
Note que a minha decisão vem da minha capacidade de me organizar financeiramente, de me planejar. Enquanto a grande maioria das pessoas se endividaria por “não ter dinheiro agora” ou apenas por “mera comodidade” por poder pagar com o cartão, eu o faço para extrair das opções o melhor proveito para mim mesma. Compreendeu a diferença?
Agora que você sabe a diferença entre um endividado ou inadimplente, faça a sua parte: se for para escolher um lado, escolha bem de que lado você prefere estar!