Acredito que escolher um bom fundo de ações, acompanhar o seu desempenho, comparando-o com seus principais competidores e os principais índices de mercado, seja a estratégia mais adequada àqueles investidores que não possuam tempo, paciência e o conhecimento necessários para comprar ações diretamente.
Os fundos de ações podem ser classificados em 2 grandes grupos: fundos com gestão ativa e fundos com gestão passiva.
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Fundos Passivos
Fundos passivos seguem a performance de algum índice de ações específico. Os mais comuns são os fundos atrelados ao índice Bovespa – Ibovespa. São ditos passivos porque a carteira de ações que compõe estes fundos é idêntica à carteira do índice de ações ao qual o fundo está atrelado. Assim, se no índice Bovespa a Vale tem uma participação de 10%, os fundos passivos também terão este mesmo percentual de Vale em suas carteiras.
Os fundos mudarão suas carteiras apenas quando a composição do índice que é o seu “benchmark” – referência – também mudar. Os gestores destes fundos posuem, portanto, uma atitude passiva em relação ao índice que eles devem seguir.
Consequentemente, o desempenho destes fundos deverá ser basicamente o desempenho do próprio índice ‘benchmark’, subtraído da taxa de administração do fundo e dos custos operacionais cobrados nas transações que o fundo efetuar.
Estes fundos podem facilmente ser encontrados nas prateleiras dos principais bancos comerciais no Brasil. Evite fundos que cobrem taxas de administração acima de 1% ao ano, já que o trabalho do gestor é simplesmente copiar a composição do índice de ações escolhido como referência.
Os fundos FGTS Vale e FGTS Petrobrás são exemplos de fundos de ações passivos.
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Fundos Ativos
Já os fundos de ações ativos podem ter carteiras de ações completamente desvinculadas dos principais índices de mercado. Nestes casos, é importante que o investidor leia atentamente o prospecto e o regulamento do fundo antes de investir. O investidor deve compreender as estratégias e principais características do fundo, dado que há uma boa diversidade de fundos ativos no mercado. Estes fundos podem priorizar ações de alta ou baixa liquidez, podem adotar estratégias com derivativos para proteger ou aumentar o risco do fundo e podem até mesmo ter longos prazos para resgate, exigindo que o investidor solicite-o com meses de antecedência. Consequentemente as taxas de administração e performance também podem variar bastante, especialmente se o fundo for destinado a investidores qualificados (aqueles investidores que possuem pelo menos R$ 300 mil em produtos financeiros) apenas.
De uma forma geral, podemos esperar taxas de administração maiores nos fundos ativos do que nos passivos. Também é comum a existência de taxas de performance, tendo o Ibovespa como referência. Uma estrutura de taxas bastante comum, então, seria a cobrança de 2% ao ano de taxa de administração, juntamente com uma taxa de performance de 20% sobre o que exceder a variação do Ibovespa.
Estes fundos de ações também costumam ser oferecidos pelos grandes bancos de varejo, mas também há vários gestores independentes e ‘boutiques’ de investimento que os oferecem. Quando bem geridos, costumam apresentar desempenho bastante superiores aos índices de ações, gerando ganhos substanciais aos seus cotistas.