Hoje saiu no Valor Econômico a reportagem “Mais longe das Massas” de Luciana Seabra onde participei dando uma contribuição para a matéria. Ela mostra que houve uma queda percentual do varejo no montante total dos fundos de investimento, mesmo com o aumento do patrimônio destes fundos.
A jornalista mostra ainda que este recuo foi maior para a baixa renda do que para a renda mais alta. Isto pode ser graças à migração para a poupança, devido à pouca atratividade dos fundos oferecidos para aplicações de montantes iniciais mais baixos e que possuem taxas de administração mais altas. As melhores rentabilidades estão nos fundos com valores de aplicação maiores e com menores custos, normalmente fundos de casas independentes e especializadas. E os prazos mais longos para resgate destes fundos também podem afugentar os investidores de mais baixa renda que tem maior probabilidade de precisar de uma liquidez imediata.
Uma outra razão, abordada por mim, foi a possível transferência destes recursos para a previdência, que tem aumentado sua participação no total de fundos de investimento. Isto, provavelmente, devido à maior preocupação dos indivíduos com o futuro, agora que as taxas de juros caíram.
Ou ainda, devido à expansão do crédito, aos juros mais baixos e ao alongamento dos prazos de financiamento que estimularam quem tinha algum dinheiro na poupança a dar este valor de entrada e financiar a casa própria.
Porém, eu reforcei na entrevista que: a indústria de fundos ainda faz muito sentido para aquele investidor que não tem muito conhecimento do mercado ou que não tem tempo para ficar analisando os ativos e quer construir uma carteira diversificada. Nestes casos, o melhor seria investir em fundos de investimento onde o gestor profissional estará dedicado 24 horas para isso.
O vice-presidente da ANBIMA também informou que está havendo uma série de iniciativas para tornar a indústria de fundos mais atrativa para o varejo, dentre elas, uma reformulação das classes de fundos de forma a deixar mais transparentes as nomenclaturas, e isto deve facilitar a vida dos investidores.
Publicado no Valor Econômico em 26/12/2012. Leia a reportagem na íntegra: