Recentemente tive a oportunidade de reler o livro “O Valor do Amanhã” do Eduardo Giannetti. A primeira vez que o li foi há quase 12 anos, logo quando decidi deixar o mercado financeiro para me tornar uma planejadora financeira. Desta vez, me fascinei pelos conceitos de miopia e hipermetropia nas finanças.
Interessante como em fases diferentes da nossa vida, outras partes do livro nos prendem à leitura. Inclusive eu já tinha feito uma resenha sobre ele aqui no site e nem tinha falado sobre esses dois conceitos! Leia para saber mais.
No livro, o autor nos faz pensar sobre a importância de considerarmos tanto o presente quanto o futuro em nossas decisões financeiras. Ele nos apresenta a teoria da economia intertemporal, ou seja, das escolhas entre o hoje e o amanhã. E, também, utiliza os conceitos de miopia e hipermetropia temporal como uma metáfora para nos fazer refletir sobre a forma como tomamos nossas decisões financeiras e como elas podem afetar o nosso presente e o nosso futuro.
A miopia seria quando damos muito valor ao que está mais próximo em detrimento do que está mais afastado no tempo. Ocorre quando elas pensam apenas no curto prazo em suas finanças. Elas gastam além de suas possibilidades e não poupam para o futuro. Essas escolhas podem proporcionar um prazer momentâneo, mas terão consequências negativas no longo prazo, como endividamento, a falta de uma reserva financeira para lidar com imprevistos e dificuldades para alcançar seus objetivos de vida.
Por outro lado, a hipermetropia ocorre quando as pessoas dão muito valor ao amanhã, em prejuízo dos interesses correntes. Ocorre quando elas tomam decisões pensando apenas no longo prazo, sem considerar as necessidades imediatas. Elas podem ser muito cautelosas e economizar demais. Essas pessoas podem não se permitir desfrutar de momentos especiais no presente e acabar sendo infelizes em função de uma excessiva preocupação com o futuro.
Dessa forma, como diz o autor: “Enquanto a miopia temporal nos leva a subestimar o futuro, a hipermetropia reflete uma subestimação do presente.”
Portanto, é importante buscar um equilíbrio entre a miopia e a hipermetropia financeira. Não se pode fazer as escolhas pensando apenas no presente e nem apenas no futuro! Mas, é claro que isso não é fácil: pensar no futuro requer um sacrifício imediato. Não podemos agir como a cigarra e só ficar cantando por aí. Por outro lado, aqueles que se preocupam com a sua longevidade não deveriam se sacrificar além do razoável em prol de um futuro a perder de vista. Ninguém deveria agir como o Seu Nonô, um completo mão-de-vaca que até a geladeira trancava para que ninguém comesse a sua comida!
Isso implica em fazer escolhas que considerem, tanto as necessidades imediatas, quanto as futuras, como investir em educação financeira, criar uma reserva de emergência, planejar objetivos financeiros a longo prazo, mas também aproveitar o presente de forma planejada.
Em resumo, os conceitos da miopia e da hipermetropia nas finanças podem ajudar as pessoas a tomar decisões mais conscientes e equilibradas, considerando tanto o curto quanto o longo prazo.
Por fim, a pergunta que não quer calar é: afinal, você está em equilíbrio? Ou está pendendo mais para a hipermetropia ou a miopia nas finanças? Desejo sucesso e equilíbrio sempre!