Já escutei algumas pessoas falando que não pretendem guardar dinheiro, pois podem morrer no dia seguinte. Realmente isso pode acontecer. É verdade. E esse é o menor dos problemas. O risco mesmo é a pessoa sobreviver ao seu dinheiro. Em outras palavras, o risco está em viver muito e não em viver pouco.
Minha avó está com 96 anos e está muito bem. Faz tudo sozinha e ainda recebe as filhas, netos e bisnetos uma vez por semana para almoçarem na casa dela. Então, faço uma conta de que minha mãe pode viver até os 106 e eu até os 116 e já arredondo logo para os 120 anos.
E aí, como ficam as contas se eu viver tanto assim? De onde virá o dinheiro e o meu sustento se eu decidir viver uma vida com a filosofia do “não vou guardar nada”? Serei um peso para filhos e netos? É justo deixar isso acontecer mesmo tendo consciência de que tem grandes chances de ocorrer? Desculpem-me os que pensam de modo diferente, mas esta não me parece uma decisão sensata.
É exatamente por isso que precisamos poupar e investir agora, enquanto temos renda, para poder usufruir de uma vida mais tranquila na longevidade, quando não teremos mais capacidade de trabalho para nos sustentar.
Pode até ser que a pessoa trabalhe meio período, num ritmo mais leve, mas dificilmente conseguirá, depois de uma certa idade, encarar todas as horas de trabalho que encara hoje. E, ainda que possa, talvez a pessoa simplesmente nem queira mais trabalhar.
Para ficar mais tranquila ainda, o ideal é que a pessoa consiga utilizar os juros reais dos seus investimentos de forma a alcançar a perpetuidade do seu patrimônio. Ou seja, o dinheiro vai crescendo de acordo com a inflação (para manter o poder de compra) e ela utiliza para sua sobrevivência o que render acima disso.
Tenho vários artigos aqui no site sobre esse tema da perpetuidade e de quanto cada um poderá gastar na aposentadoria. Veja a seguir um pequeno índice com alguns deles:
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Estamos vivendo em um momento único na história. As gerações anteriores não tiveram o mesmo acesso à informação que nós temos. Muitas delas terminaram dependendo de parentes porque os tempos eram outros e faltava conhecimento.
Poupar e investir pensando na aposentadoria é sim uma questão de escolha consciente. Está nas nossas mãos decidir se vamos nos preparar para o amanhã ou se vamos deixar tudo ocorrer ao sabor do acaso.
E você, como está se preparando para não sobreviver ao seu dinheiro? De um jeito ou de outro, uma coisa é certa, a responsabilidade é nossa!