Você já parou para pensar no impacto do tempo nos seus investimentos para a aposentadoria? Muitas pessoas acreditam: “Ainda estou muito nova(o), posso começar mais tarde”. Mas, a verdade é que essa escolha pode impactar significativamente os resultados financeiros ao longo dos anos.
O que muitas pessoas não percebem é que o tempo é um dos principais aliados do investidor. O fator exponencial dos juros sobre juros transforma o que parece ser uma diferença pequena em resultados financeiros impressionantes. Inclusive, falei sobre isso na Revista Veja, na coluna da Lu Lacerda, clique aqui para acessar.
Os juros compostos significam que o investidor recebe juros não apenas sobre o montante inicial aplicado, mas também sobre os juros já recebidos, como numa bola de neve. Quer um exemplo simples de como essa conta funciona?
Se alguém investir R$ 1.000 a uma taxa de 1% ao mês, no primeiro mês terá R$ 1.010. No segundo mês, os juros serão calculados sobre os R$ 1.010, resultando em R$ 1.020,10. Esse crescimento é exponencial e com o tempo vai ampliando significativamente o capital investido.
Para ilustrar essa ideia, vamos imaginar duas amigas de infância, Maria e Joana, que têm a mesma idade e o mesmo objetivo: se preparar para a aposentadoria aos 65 anos.
Maria sempre teve um interesse maior por educação financeira. Desde jovem, ela observava os desafios financeiros enfrentados por sua família e decidiu que queria aprender a administrar melhor o seu dinheiro.
Aos 45 anos, após ler sobre o poder dos juros compostos e entender a importância de começar o quanto antes, Maria decidiu iniciar seus investimentos. Aplicou R$ 1 mil todos os meses durante 20 anos, totalizando um aporte de R$ 240 mil nesse período. Com uma taxa de juros de 1% ao mês, ao completar 65 anos, Maria acumulou quase R$ 1 milhão. Seu conhecimento permitiu que ela mantivesse disciplina e paciência, sabendo que o tempo ajudaria no trabalho mais difícil: multiplicar seus rendimentos.
Já Joana, apesar de ter o mesmo objetivo, não dava tanta atenção às questões financeiras. Durante boa parte da sua vida, focou no luxo e nos prazeres imediatos, ela gastava tudo que ganhava acreditando que, no futuro, teria mais tempo e recursos para se dedicar às finanças. Ela acreditava que poderia compensar o tempo perdido aumentando seus aportes mais tarde, confiando que um salário mais alto e uma dedicação intensa resolveriam a questão.
Assim sendo, Joana começou a investir 10 anos depois, aos 55 anos. Para atingir o mesmo total investido de R$ 240 mil, precisou aplicar o dobro por mês, ou seja, R$ 2 mil durante 10 anos. No entanto, mesmo com o esforço maior, o montante final de Joana aos 65 anos foi de aproximadamente R$ 465 mil.
Ambas investiram o mesmo valor total: R$ 240 mil. Porém, Maria acumulou mais do que o dobro do valor que Joana conseguiu. Afinal, o que fez toda a diferença? O tempo! Os juros compostos precisam de tempo para agir de forma exponencial, e cada período adicional permite que os rendimentos gerem novos rendimentos. O conhecimento de Maria sobre o tema também foi um diferencial, pois ela entendeu que consistência e paciência são fundamentais para o processo de acumulação para a aposentadoria.
Porém, o mais importante é lembrar que nunca é tarde para começar. Embora Joana tenha acumulado menos, ela ainda conseguiu construir um patrimônio nesse período. O primeiro passo é sempre o mais difícil, mas é ele que abre caminho para um futuro mais seguro. Então, se você ainda não começou a poupar e investir, o melhor momento é agora. Antes tarde do que nunca!