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O Poder do Hábito em Finanças

O livro O Poder do Hábito, escrito por Charles Duhigg, mostra como as pessoas podem se beneficiar de uma mudança de vida simplesmente baseando-se em técnicas de reprogramação de suas mentes e remodelagem de hábitos.

Em minha experiência como planejadora financeira, percebi que muitos dos problemas financeiros enfrentados pelas pessoas são, em grande medida, resultado de uma série de comportamentos automáticos e irracionais, que atrapalham o dia a dia do controle das finanças e muitas vezes levam ao endividamento.

A minha finalidade com este artigo é mostrar que muitas vezes somos reféns de hábitos que se instalam em nossas rotinas, hábitos prejudiciais que terminam nos afastando de nossos maiores sonhos e objetivos de vida.

 

O poder do hábito em finanças e os hábitos de consumo

Segundo o autor, um hábito é composto por um ciclo de desejo que envolve três fases básicas:

Quando surge um hábito, o cérebro para de participar na tomada de decisões. E, a não ser que você lute contra este hábito, este padrão irá se desenrolar automaticamente.

Uma vez em que o hábito se instala, ele nunca mais desaparece de fato, fica codificado no nosso cérebro. O problema é que nem sempre conseguimos distinguir os bons dos maus hábitos.

Para melhor ilustrar o que o autor de O Poder do Hábito defende, apresento aquele que seria o loop do hábito de fumar, acrescentando o anseio da pessoa que fuma ao centro:

Até aí tudo o que vimos é perfeitamente compreensível, mas você deve estar se perguntando: o que isso tem a ver com finanças?

Tendo ajudado muita gente a mudar de vida em termos financeiros – resgatar a sua saúde financeira, a recuperar o equilíbrio e a autoestima – enxergo que este mesmo processo se repete, inconscientemente, nas finanças de várias pessoas.

O que quero dizer é que muita gente poderia ser poupada de crises financeiras e muitos aborrecimentos se, ao menos, elas conseguissem visualizar com mais clareza a forma como vêm repetindo comportamentos maléficos.

Eu imagino que um exemplo de hábito financeiro prejudicial possa lhe ajudar a melhor entender o que eu estou dizendo, certo? Então, pare e pense no que acontece em um ciclo de consumo irracional…

Nesse caso, o gatilho pode ser qualquer coisa que dispare o desejo de consumir e gastar, como, por exemplo, ir ao shopping ou a visualização de uma promoção. Em seguida, teríamos a rotina de comprar, visitando lojas e experimentando produtos. Por fim, a recompensa, que é o próprio produto em si ou aquela agradável sensação de satisfação do próprio ato de comprar.

Ilustrativamente, teríamos algo do tipo:

Esse pequeno ciclo aparentemente inofensivo é o responsável por você ter que adiar o sonho da casa própria, o desejo de fazer uma viagem internacional ou a sua aposentadoria. Consegue visualizar isso?

Trata-se de um legítimo ciclo de auto sabotagem, em que você abdica de um prazer maior e mais duradouro, trocando-o por sensações de satisfação passageira que têm efeito de curto prazo em nossas vidas.

E então? O que fazer? Vamos ver uma sugestão…

 

O poder do hábito em finanças – cultivando melhores hábitos

No livro O Poder do Hábito, está claro que a melhor maneira de fugir dos hábitos ruins é substituí-los por novos hábitos. Para isso, temos que trabalhar no sentido de definir os gatilhos que disparam uma rotina e que, por conseguinte, nos trazem uma recompensa e após o gatilho, procurar trocar o antigo hábito ruim por um novo e mais saudável.

É aí que o poder do planejamento financeiro ganha força, a medida em que por meio dele iremos detectar quais os objetivos do cliente, ou seja qual a recompensa que ele quer receber e procuraremos identificar quais são seus hábitos que não o deixam atingir estes objetivos.

Graficamente, o ciclo do hábito de poupar, proporcionado pelo planejamento financeiro, poderia ser representado assim:

 

Por exemplo, toda vez em que a pessoa recebesse seu salário, a deixa, ela iria investir uma parte deste dinheiro em um investimento financeiro, a rotina, que a levaria à recompensa de ver seu patrimônio crescendo.

Ou então, todo sábado, a deixa, a pessoa iria anotar suas receitas e despesas em uma planilha (rotina) e passaria a ter uma vida financeira mais organizada e saudável, a recompensa.

Inclusive, estudos foram feitos com voluntários que, ao começarem a ter a rotina de anotar seus gastos, procurando economizar em restaurantes e cinema, além de melhorarem suas finanças, também passaram a fumar menos, beber menos álcool e café, comer menos comida industrializada e ficaram mais produtivos no trabalho.

Conforme as pessoas aumentavam a força de vontade em uma parte da vida, esta força de vontade também aumentava em outros aspectos, como em dietas ou empenho do trabalho.

 

O poder do hábito em finanças – um evento

O interesse em estudar o poder do hábito em finanças foi despertado quando tive a oportunidade de trabalhar com profissionais com formação diferente da minha, formados nas mais diversas áreas do conhecimento.

Em um evento recente da Upside Down Thinking, tive a oportunidade de palestrar para um grupo de pessoas interessadas em transformar as suas vidas (focando na mudança de hábito em finanças), o que deixou claro que muita gente deseja descobrir como fazer isso da melhor maneira.

>>> Clique aqui para ver algumas fotos deste evento <<<

 

O poder do hábito em finanças – Conclusão

Com base nestas premissas simples que revisamos ao longo deste artigo, será mais fácil identificar e tomar consciência de hábitos financeiros que podem, potencialmente, estar atrapalhando a conquista dos seus objetivos maiores.

Também vimos que a criação de novos hábitos é o melhor caminho para mudar o rumo das coisas.

A minha experiência prática tem mostrado que a aplicação destas simples premissas do livro O Poder do Hábito em finanças, têm o poder de criar um conjunto de novos comportamentos e atitudes, transformando-se no melhor caminho para mudar o rumo de sua vida.

 

 

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