Sim, no atual cenário: o risco é não correr risco nenhum e terminar com o dinheiro rendendo menos do que a inflação.
O que acontece se você não assumir riscos?
Longe de ser algo isolado, este foi exatamente o cenário que aconteceu ano passado para quem deixou o dinheiro na poupança. O rendimento das cadernetas de poupança, investimento favorito de muitos brasileiros, perdeu até para a inflação. Se você deixou seu dinheiro lá, perdeu poder de compra neste último ano.
Pois é, não dá para ficar simplesmente parado assistindo o seu dinheiro rendendo menos que a inflação. É preciso agir e diversificar investimentos para poder obter melhores rendimentos.
Inclusive, recente matéria da Infomoney (clique para ler o artigo) sobre onde o investidor deveria aplicar seu dinheiro para conseguir uma renda de 8 mil reais por mês, explicitou que se o investidor deixar seus recursos na poupança, provavelmente não conseguirá atingir essa meta.
Tive a oportunidade de dar minha contribuição para o artigo, e expliquei que a primeira coisa que o investidor precisa fazer é saber seu perfil de risco.
De fato, não existe uma ‘receita de bolo’ para todos, porque cada um tem suas expectativas e forma de enxergar o mundo. Cada um tem o seu modo particular de lidar com o dinheiro, tem também seus próprios objetivos e necessidades particulares. É exatamente por conta disso que defendo que é preciso adaptar a carteira de investimentos à realidade da pessoa, o que só é possível de se fazer se houver um planejamento efetivo.
Investimentos conservadores já não rendem 1% ao mês
Importante frisar que não é mais possível ter rentabilidades de 1% ao mês deixando seu dinheiro na poupança, em um título público atrelado à Selic ou em um fundo DI conservador.
A realidade agora é outra, com juros no menor patamar da história no Brasil. Dessa forma, se o investidor não sair dessa zona de conforto, é possível até perder para a inflação e ter seu poder de compra diminuído ao longo dos anos. O risco agora é não correr riscos!
Conforme citei na entrevista: “Considerando o atual cenário, com uma taxa de 4,5% ao ano, descontado o Imposto de Renda (de 15%), dá 3,8% que é menos do que a inflação projetada. Não se arriscar é deixar dinheiro na mesa”.
Diversas carteiras para diversos perfis de risco
Na mesma matéria da Infomoney, sugeri um possível portfólio de investimentos, considerando 3 diferentes perfis de pessoas:
- Conservadores: sugiro que apliquem em ativos de renda fixa pós-fixada e uma parcela em títulos atrelados à inflação, além de fundos de debêntures incentivadas, ou fundos de crédito privado.
- Moderados: minha sugestão é ter um portfólio um pouco mais “apimentado”, com fundos multimercados, fundos de ações e fundos imobiliários.
- Arrojados: sugiro que invistam nos mesmos produtos acima, mas com um maior percentual em risco.
Mas, é verdade que aqui fiz uma sugestão simplificada, considerando um perfil médio e sem levar em consideração percentuais e/ou particularidades de ninguém.
Também comentei na entrevista que os fundos de previdência podem ser utilizados para a diversificação do portfólio. E, inclusive, em caso de rebalanceamento é possível fazer a portabilidade de um fundo de previdência para outro sem precisar resgatar e consequentemente, sem pagar imposto de renda.
Os custos dos investimentos são cada vez mais relevantes
Em outra matéria da Infomoney, tratando dos investimentos que podem virar mico este ano, pontuei outro tópico de alta relevância que está fazendo uma diferença enorme atualmente: a taxa administração cobrada em alguns fundos de investimento…
Pelos últimos cálculos que fiz a esse respeito, a taxa deve ser de, no máximo, 0,15% ao ano. Porém, mesmo assim, o rendimento só superará a inflação depois de dois anos de aplicação, por causa da tabela regressiva de IR (Saiba mais aqui sobre a tributação dos investimentos). Se a taxa de administração for zero, a rentabilidade líquida deverá superar a inflação após 12 meses.
Para maiores detalhes sobre como as taxas de administração afetam a rentabilidade dos seus investimentos, leia também esse artigo:
Alerta: Cuidado com os Fundos DI com rentabilidade muito baixa
E então, já se convenceu de que agora o risco é não correr riscos? O que está esperando para começar a entender mais sobre os investimentos e diversificar sua carteira?