Há 5 meses, estávamos pulando Carnaval e vimos as bolsas caírem mundo afora por causa da pandemia enquanto no Brasil a B3 estava fechada, impossibilitando o sobe e desce da Bolsa de Valores.
Pouco tempo depois, no final de março, o Ibovespa chegou a cair mais de 40% do seu ponto mais alto. Desde então, esse índice já teve uma boa recuperação subindo mais de 60%. Porém, uma questão curiosa é que mesmo com essa forte valorização o índice ainda não chegou aos mesmos valores de antes da crise.
Vamos aos fatos….
A queda da Bolsa de Valores
Na segunda de Carnaval, lembro de ter visto reportagens da Europa falando sobre a quantidade de mortes na Itália e que o EWZ, um ETF (Exchange Traded Fund – fundo de índice negociado na bolsa) que replica a performance das ações brasileiras negociadas nos Estados Unidos, caía aproximadamente 5% por lá.
Desde então, muita coisa mudou! Inclusive, a OMS declarou que a doença do Coronavírus era uma pandemia.
Logo depois que o Brasil começou o isolamento, vimos a mínima do Ibovespa. Esse índice chegou a pouco mais de 63 mil pontos em 23 de março, despencando dos 113 mil na sexta-feira de Carnaval (21/02). Lembrando ainda que a Bolsa fechou 2019 com 115 mil pontos, e chegou a quase 120 mil em meados de janeiro.
A recuperação da Bolsa de Valores
Interessante que a queda do início do Carnaval até seu ponto mais baixo em março foi de 44% e, desde então, até o final de julho ao alcançar 103 mil pontos, o Ibovespa já subiu quase 62% e ainda não chegou nem perto de antes da pandemia! Da sexta de Carnaval até o final de julho, a Bolsa ainda acumulava queda de 9,47% no período, mesmo tendo subido quase 62% desde o seu pior momento.
Uma coisa que muita gente não tinha percebido é o seguinte… Se, por exemplo, a bolsa estivesse em 100.000 pontos e sofresse uma queda de 50%, ela cairia para os 50.000 e se subisse os mesmos 50%, chegaria em 75.000. Portanto, para voltar aos 100.000 pontos anteriores, não bastaria subir 50%, ela precisaria subir 100%!!
Essa matemática simples do sobe e desce da Bolsa pode enganar muita gente!
Ótimo para quem entrou no vale das almas
Para quem comprou ações depois dessa data fatídica em março, foram praticamente só alegrias. Mesmo que o mundo real ainda esteja sofrendo muito com fábricas e lojas fechando por conta da pouca receita, a bolsa vem performando muito bem desde março.
Grande parte dessa subida deve-se às baixas taxas de juros aqui no Brasil e no mundo, e também por causa da enorme injeção de liquidez por parte dos bancos centrais ao redor do planeta para tentar minimizar a crise.
Outro ponto importante é que pela primeira vez, numa crise, houve um aumento do número de pessoas físicas na bolsa e não uma batida em retirada como costumava acontecer em momentos de estresse anteriores.
O mercado está animado! Nesse sentido, é interessante ver que as expectativas para a queda do PIB em 2020 vêm melhorando já há 5 semanas, sendo a última estimativa pelo Boletim Focus de 31/07/2020 de uma queda de 5,66%.
Mas… A verdade é que a crise de saúde ainda não acabou. Em julho, tivemos um recorde de mortes aqui no Brasil. E isso ainda traz alguma incerteza, inclusive a de uma segunda onda.
As incertezas talvez tenham diminuído, mas elas continuam existindo. E, portanto, ainda poderemos ver muito esse mesmo sobe e desce da Bolsa. Para quem investe, é preciso ter cautela e o mais importante: respeitar o seu perfil de investidor, os seus objetivos e o seu horizonte de investimento.