Início de ano e muita gente quer saber onde investir em 2020! Ou seja, qual deveria ser a carteira ideal para aplicar o que você acumulou? Este foi o tema central de um painel de entrevistas que ocorreu ao vivo ontem no InfoMoney.
O programa foi apresentado por Beatriz Cutait, editora de investimentos do portal. E a entrevista, que contou com a minha presença e de outros dois especialistas em investimento, propôs aprofundar-se nas seguintes questões: A rende fixa já era? A bolsa está no pico: é hora de comprar ações ou fundos imobiliários? O que é melhor para o seu perfil?
Assista a íntegra a seguir:
Abaixo segue um pequeno resumo com algumas das questões que respondi no evento…
Onde investir em 2020?
Considerando as sucessivas quedas na taxa básica de juros na economia, qual tem sido a recomendação para pessoas que querem investir?
Com os juros menores, as pessoas terão que tomar um pouco mais de risco se quiserem retornos maiores em suas carteiras. Não tem jeito! Aquela taxa de 1% ao mês simplesmente não existe mais, aquele investimento em DI com muita liquidez e sem risco agora já não é mais tão rentável… A solução realmente passa por uma diversificação mais eficiente da carteira de investimentos tomando um pouco mais de risco, se o objetivo for obter maiores rentabilidades.
É preciso encarar a insegurança de frente e tirar o dinheiro da poupança ou daquele fundo mais conservador se o objetivo for ganhar mais. Essa nova lógica parece que não vai mudar tão cedo.
É claro que não se recomenda tirar todo o dinheiro da renda fixa e partir com tudo pra renda variável de uma hora para a outra. Esse não é o caminho mais prudente. Vá devagar, vá se acostumando com a ideia… Invista aos poucos e vá ganhando confiança para fazer essa transição e conquistar retornos mais interessantes.
Quais são as mudanças mais emergenciais que o investidor tem que fazer pensando num horizonte de longo prazo?
Além dos juros baixos, recentemente ainda tivemos a Reforma da Previdência, o que influenciou ainda mais brasileiros a se preocuparem de fato com o futuro e com a aposentadoria. O assunto veio à tona e um universo muito maior de pessoas começou a se planejar e a se preparar diante do novo cenário.
Algumas medidas podem ser tomadas, por exemplo, considerando o horizonte de tempo do investimento… A título de ilustração, se você está investindo com um horizonte de tempo de 30 anos, você não precisa investir em um ativo com liquidez imediata….
Do lado dos fundos de previdência complementar, é sempre bom lembrar que eles contam com a vantagem da portabilidade, permitindo que você migre de um fundo para outro sem pagar Imposto de Renda (saiba mais sobre como funciona a portabilidade de fundos de previdência privada clicando aqui). Além disso, fundos de previdência privada também não têm o come-cotas semestral (clique aqui para saber mais).
Por exemplo, você pode sair de um fundo de previdência mais conservador para um outro com um pouco mais de risco para ter uma carteira diversificada. Sempre lembrando que você não precisa portar 100%, pode migrar em partes, diversificando em vários fundos de previdência.
O pavor da renda fixa
Por conta do novo cenário de juros baixos, temos observado que muita gente tem buscado sair da renda fixa a todo custo, sem considerar algumas questões essenciais…
Um exemplo disso ocorreu recentemente quando um cliente me ligou se queixando da péssima remuneração atual da aplicação em DI. Ele queria migrar para um fundo multimercado, que carrega em si muito mais riscos.
O problema é que o dinheiro aplicado era do capital de giro da empresa dele. Dinheiro que poderia ser necessário para a empresa honrar compromissos de curtíssimo prazo. Em outras palavras, esses recursos não deveriam estar investidos em aplicações que tivessem risco. Por conta disso, seira mais adequado manter o dinheiro aplicado no DI, ainda que com rentabilidade baixa, do que arriscá-lo em algo que poderia inclusive ter rentabilidade negativa no curto prazo.
É importante lembrar que a carteira de investimentos deve considerar o perfil do investidor e o horizonte de tempo para aquele objetivo.
Como começar a investir em ações?
Faz sentido, sim, investir em ações para os objetivos de longo prazo para aqueles investidores que não sejam muito conservadores.
Para a pessoa física que não tem tempo e nem aptidão para estudar o mercado, seria melhor aplicar em ações via fundos, já que esse veículo é gerido por profissionais especializados que vão escolher as empresas daquele portfólio.
Por outro lado, é sim possível investir diretamente em ações, mas é recomendado apenas para aqueles que se dediquem bastante a analisar as empresas, os setores e a economia como um todo.
Os ETFs de renda variável – que são fundos de índice negociados na bolsa, como o BOVA11, por exemplo – também podem ser uma porta de entrada, já que são diversificados e perseguem um índice de bolsa.
Por fim, recomendo que assista a íntegra do painel da InfoMoney no vídeo acima ou, clique aqui para acessar a matéria que foi publicada no portal com base no mesmo painel.