Nada melhor do que a 7ª Semana Enef para falarmos sobre organização e controle de gastos. Essa é uma semana inteira dedicada à educação financeira.
Tive a oportunidade de participar de uma Live junto com o Jonathan Vidal e o Valter Police sobre o assunto à convite da CVM e indicada pela Planejar.
Assista a seguir ou, se preferir, leia um breve resumo que fiz logo abaixo do vídeo:
Como começar o controle de gastos?
Começamos falando sobre a importância de as pessoas entenderem o quanto ganham e o quanto gastam. Expliquei que tem gente que nem sabe quanto ganha e, muito menos, o quanto gasta!
Para aqueles que são autônomos e recebem pingado, é mais difícil controlar o quanto ganham, mas precisam anotar para entenderem esse valor. Até mesmo alguns que têm carteira registrada, sabem o valor bruto combinado com seu empregador, mas nunca olharam exatamente quanto recebem de forma líquida depois que tiveram todos os descontos.
Depois, é preciso anotar os gastos. Percebo que muita gente acaba tendo uma boa noção dos gastos recorrentes, como: aluguel, escola da crianças e até o valor da luz. Mas não têm ideia daqueles exporádicos: presentes, IPTU, IPVA ou a compra do sofá. Até aqueles gastos que não têm boleto como o supermercado e a farmácia também são difíceis de computar.
Eu gosto de falar que cuidar das finanças é como começar uma dieta: no começo é difícil, é duro… Mas, depois você vai mudando o seu hábito, vai começar a ver os resultados e as coisas ficam mais fáceis. Você percebe que todo o esforço está valendo a pena! Outro exemplo seria aprender a andar de bicicleta… No começo você vai cair, mas depois que pegar o jeito, nunca mais esquece.
Mas, não basta querer, tem que agir também! Tem que ter disciplina e agir para conseguir chegar no resultado!
Depois de anotar todas as informações, tem que analisar tudo. E pensar se você está realmente gastando naquilo que é importante para você. Cada um tem que saber se aqueles gastos fazem sentido para sua vida ou não! Cada gasto que a pessoa faz ela deve pensar se vai deixá-la mais perto dos seus objetivos ou se a estará deixando mais afastada dos seus objetivos.
Na sequência, seria importante procurar estimar como você gostaria de gastar seus recursos, fazer um orçamento. Analisar os gastos passados vai ajudar muito nessa estimativa para o futuro.
Sugiro começar por aqueles gastos essenciais, aqueles que já estão dados, ou seja, que você não pode se desfazer deles de uma hora para a outra, como o aluguel, por exemplo, a luz, o celular, o colégio das crianças. Aí você vai entender quanto é o mínimo que você precisa por mês. Depois você vai poder distribuir o restante nos itens supérfluos, não se esquecendo de considerar um valor para investir para seus objetivos de vida! Isso vai te ajudar a direcionar seus gastos para aquilo que realmente importa em sua vida.
O que percebo é que muitas vezes, quando as pessoas não controlam seus gastos, acabam gastando em coisas que não são importantes e faltam recursos para o que importa!
Isso vai facilitar no caso de sua receita estar apertada, então será mais fácil decidir diminuir ou cortar alguns (ou todos!) itens supérfluos para equilibrar o seu orçamento. Mas, em alguns casos, pode ser necessário até mexer no seu padrão de vida, ou seja, naqueles gastos essenciais.
Como as famílias devem efetuar o controle de gastos: juntos ou separados?
Da mesma maneira que temos hoje vários formatos de família, também existem várias maneiras de efetuarem seus controles. Alguns têm o controle juntos, alguns possuem um controle para seus gastos pessoais e outro para os gastos comuns. Cada família vai ter que entender o que funciona melhor para si.
Nesses casos, não existe o um modelo correto e outro errado. Nas várias famílias, existem vários formatos.
E o controle da empresa x pessoa física
Aqui eu bato o martelo: é importante efetuar os controles de forma separada. Um controle para as contas da empresa e outro para as contas da pessoa física. Digo isso porque, quando são efetuados de forma conjunta, fica muito difícil entender os resultados da empresa.
Algumas vezes é a família que está gastando muito e sangrando a empresa. A empresa acaba ficando endividada por conta dos altos gastos da família e não porque não é lucrativa.
É importante ter equilíbrio financeiro?
Entendo que é sim! Muito melhor estar em equilíbrio financeiro do que endividado. Porém, o equilíbrio é sempre muito tênue e qualquer tropeço já pode levar a pessoa ao endividamento.
Um exemplo foi uma aluna de um curso que eu dei para jovens aprendizes, que estava com suas contas equilibradas, mas seu filho teve uma convulsão e ela teve que pegar um táxi, levar para um médico particular, e comprar um remédio caro para o menino.
Então, os recursos que estavam separados para pagar o cartão de crédito foram direcionados para a questão médica da criança e, por causa desse imprevisto, ela não pôde pagar a fatura do cartão e entrou numa bola de neve de juros. Isso fez com que a sua situação ficasse bem complicada por um bom tempo.
A finalidade desses controles é que a pessoa possa atingir os seus objetivos e sonhos. Com uma vida financeira mais organizada, a pessoa terá uma vida muito mais tranquila.
Não é para gastar menos e sim para gastar melhor. Nem que o gasto não seja agora, que seja para guardar para poder gastar mais e melhor no futuro.