Em alguns momentos de nossas vidas é comum que surja uma dúvida (cada vez mais comum entre os jovens): devo parar de trabalhar? Devo diminuir o ritmo de trabalho de algum modo para poder usufruir de mais tempo com as pessoas que amo ou para me dedicar a alguma atividade que me traga maior satisfação?
Esta dúvida se mostra mais intensa em ocasiões especiais, como depois do casamento, quando os filhos nascem ou quando estão criados, em meio a alguma crise no trabalho, ou mesmo por vontade de mudar os planos.
Alguns chegam mesmo a falar em aposentadoria precoce, ou em uma forma de desacelerar para poder aproveitar mais a vida….
Foi sobre este assunto que tratei em um artigo que publiquei recentemente na minha coluna Casamento&Dinheiro no Tips for Bride: Casei, e agora? Paro de trabalhar?
Parar de trabalhar: um exemplo…
Uma de minhas clientes resolveu dar uma diminuída em seu ritmo de trabalho e saiu de um de seus empregos, passando a trabalhar apenas meio período. Recentemente, ela me procurou para avaliarmos se esta era a melhor decisão, ou se precisaria voltar ao seu ritmo anterior de trabalho.
É preciso ressaltar que, com este salário mais baixo, ela conseguia pagar as suas contas, mas não conseguia poupar…
Na ocasião, avaliamos o patrimônio que ela possuía, o seu nível de receitas e despesas e, por fim, se esse seu novo salário, agora reduzido à metade, seria o suficiente para que ela vivesse tranquilamente enquanto ainda está na ativa.
Além disso, verificamos se o seu patrimônio acumulado era o bastante para os resgates que ela teria que fazer como complemento de sua aposentadoria pelo INSS.
Com este levantamento, tudo o que tivemos que fazer foi verificar se o saldo atual dela, corrigido pelos juros reais de seus investimentos, seria capaz de bancar o seu complemento da aposentadoria, já que trabalhando menos, essa cliente não está mais conseguindo poupar…
Há duas possíveis conclusões aqui:
- O saldo será suficiente – o que, no caso dela, significaria que o novo ritmo de trabalho poderia ser mantido sem problemas.
- O saldo será insuficiente – o que indicaria a necessidade de obter alguma renda extra no presente para que ela pudesse poupar mensalmente para finalmente alcançar o saldo necessário para uma aposentadoria tranquila no futuro.
Parar de trabalhar: o que tenho percebido…
Tenho notado muita gente encarando o trabalho de uma outra forma… Algumas pessoas têm preferido diminuir o seu ritmo para poder ter mais qualidade de vida, passando mais tempo com os seus filhos e tendo espaço em sua agenda para um hobby ou para uma atividade voluntária.
Parece que os Millenials também pensam desta forma. Para muitos deles, o importante não é morar numa cobertura de frente para o mar e ter um carro do ano. Eles são menos consumistas, preferem o mundo dos bens compartilhados…..Eles preferem as experiências aos bens materiais. Veja aqui um texto que escrevi sobre isso: O que será que vale mais: bens ou experiências?
Eu mesma, quando optei por trabalhar de forma independente, preferi uma rotina mais leve à loucura do mercado financeiro. Como já levava uma vida mais frugal, esta opção não foi difícil de encarar, já que não teria que alterar muito os meus gastos cotidianos. (Se quiser saber um pouco mais sobre a minha experiência quando virei uma planejadora financeira independente, veja este texto: Eu e a profissão de planejador financeiro)
E então? Parar ou não parar de trabalhar? Se este artigo mexeu contigo de alguma forma, e se você já vem pensando nesse movimento para sua vida, faça as suas contas e tome a sua decisão! E se precisar de uma ajuda, estou aqui para lhe assessorar.