Segundo um artigo publicado na Exame.com, há um número crescente de jovens que manifesta o desejo de morar sozinho. Eu fui entrevistada para esta matéria e dei minha contribuição com algumas orientações sobre planejamento financeiro (clique aqui para ler).
Aproveitando o tema, escrevi este artigo com orientações detalhadas para quem pretende morar sozinho e deseja reduzir os riscos financeiros envolvidos nesta importante decisão de vida.
Vai morar sozinho? Comece por aqui!
Quando alguém decide sair da casa e ir morar sozinho, o que menos se espera é ter de passar por necessidades ou privações….. Ou pior ainda, perceber que tomou a decisão errada e ter que dar o braço a torcer e voltar para a casa dos pais….
A boa notícia é que grande parte dos problemas podem ser sanados com um bom e velho planejamento financeiro. Então… Por onde começar?
Levantamento de custos é a resposta! Em outras palavras, estime todos os custos de arcar com sua nova moradia e se programe para levantar os valores disso tudo previamente, antes de tomar uma atitude. Pense em tudo! Quanto menos itens você esquecer, menores as suas chances de errar em sua decisão.
Para completar esta missão com sucesso, uma sugestão é procurar amigos que já estão morando sozinhos e perguntar sobre os custos deles com internet, tv a cabo, luz, gás, telefone, diarista, supermercado, aluguel, condomínio e tudo o que vier à mente.
E depois? O que fazer?
Com a lista de todos os custos em potencial nas mãos, é hora de fazer os cálculos e ver se a conta fecha. Basicamente, você precisa saber se o que você ganha é o suficiente para bancar todos esses custos listados.
Se a resposta for sim, ótimo! Você está no caminho certo! Revise todos os números com cautela e garanta que há alguma gordura, alguma sobra financeira para o caso de algum item que foi esquecido e para emergências. Se tudo estiver nos conformes, vá em frente e seja feliz com a sua decisão de morar sozinho!
Por outro lado, se a resposta for negativa, é preciso ser cauteloso e pensar em alternativas para aumentar a receita e/ou reduzir os custos. Algumas opções que podem ajudar são:
- Verifique se os seus pais podem lhe ajudar regularmente;
- Pense em alternativas de renda extra;
- Elimine os custos que puderem ser eliminados;
- Procure uma moradia mais barata.
Não tome a decisão de morar sozinho enquanto os números não estiverem a seu favor. Trabalhe e se esforce para acertar tudo, do contrário você poderá estar em apuros e passar por privações que poderiam ser facilmente evitadas com um pouco menos de precipitação.
E por último…
Agora que você já sabe que suas contas do dia a dia caberão no seu bolso, verifique o que será necessário no seu cantinho: cama, mesa, cadeiras, fogão, geladeira…. Veja se receberá uma ajuda dos seus pais ou se o imóvel já estará todo mobiliado.
Lembre-se também do valor da mudança e tenha uma reserva de emergências, para não ficar no vermelho quando furar um cano ou a geladeira quebrar…
Um cuidado essencial para quem vai morar sozinho…
Não confunda liberdade com irresponsabilidade! Digo isso porque muitos jovens pensam em morar sozinhos focando na liberdade que terão ao se afastar dos seus pais. Sim, a liberdade será maior, mas a responsabilidade será multiplicada.
Organize suas contas e marque na agenda as datas de vencimento das mesmas para não esquecer de pagá-las. Nada pior do que ficar sem luz por falta de pagamento….
Por fim, voltando especificamente para o planejamento financeiro, se você fez o exercício de analisar as contas e viu que a situação lhe é favorável, aproveite os levantamentos que fez quanto aos custos e receitas e anote tudo em um fluxo de caixa. Se desejar, baixe a planilha que preparei, clicando aqui. Ela pode ser muito útil. Boa sorte em sua decisão!