O que são os juros?
Os juros são uma espécie de “aluguel” do dinheiro, ou seja, uma remuneração cobrada por quem empresta este recurso. Eles são um prêmio para quem consegue poupar e um custo para quem está no vermelho.
Mas, é preciso estar atento, pois, em geral, os juros que pagamos nos empréstimos são muito maiores do que aqueles que recebemos em nossos investimentos.
Mas, como os juros impactam a nossa vida?
Para a análise da rentabilidade de seu portfólio, com o intuito de aumentar seu patrimônio no longo prazo, o que importa mesmo não é a taxa de juros nominal, aquela que é determinada pelo Copom, mas sim a taxa de juros reais da economia, ou seja, a que vai rentabilizar seus investimentos acima da inflação.
Se você gastar um valor igual aos juros reais de suas aplicações, ou seja, o que rende acima da inflação, conseguirá perpetuar seu patrimônio mantendo o poder de compra ao longo dos anos. Desta forma, não precisará mais se preocupar com a falta de dinheiro.
Os juros nos dão uma ajuda na hora de pouparmos para nossos objetivos. Com este reforço, o valor que teremos que poupar poderá ser menor, pois os juros fazem a parte deles rentabilizando o nosso patrimônio.
Por exemplo, se eu pretendo acumular R$ 1 milhão pelos próximos 30 anos, sem considerar a inflação e sem nenhuma taxa de juros reais, terei que contribuir mensalmente com R$ 2.777,78, mas se eu tiver juros reais de 5% ao ano, minha contribuição cairá para menos da metade: R$ 1.226,43.
Para facilitar esse processo de acumulação, sugiro que você aplique uma parte de seu salário assim que o receber e faça o dinheiro começar logo a trabalhar para você. Assim, você passará a usufruir dos juros sobre juros que funcionam como uma bola de neve: quanto antes começar a rolar, maior ficará.
Como é calculada a inflação?
Primeiro é feita uma pesquisa nos domicílios para saber qual é a cesta de produtos que eles consomem e em qual proporção cada um deles está em relação aos gastos totais destas famílias. Depois é feita uma coleta de preços em vários estabelecimentos para ver qual o valor inicial desta cesta de produtos e serviços. No mês seguinte, é feita nova coleta de preços para ver qual foi a diferença entre eles e assim, calcular a inflação do período.
Porém, muitas vezes a nossa cesta de consumo não é exatamente igual à da média da população, então a inflação que sentimos no bolso pode ser maior ou menor do que aquela anunciada oficialmente.
Mas as taxas de juros estão altas ou baixas, afinal?
Se formos comparar as taxas de juros nominais atuais com aquelas de 15 ou 20 anos atrás, as de hoje estão num patamar muito abaixo do que naquele período, quando chegaram a ser de 45% ao ano (em março de 1999)! Veja aqui o histórico das taxas de juros no site do Banco Central.
Durante os anos 90, a taxa de juros reais média (acima da inflação) estava em torno de 20% ao ano e nos anos 2000 ela beirava os 10% ao ano. De lá para cá, esteve em torno de 5% ao ano nos anos de 2010 e 2011, caiu para menos de 2% ao ano no fim de 2012 e início de 2013 e agora já está próxima de 5% ao ano novamente.
O que podemos esperar a partir de agora?
Como a economia do Brasil está muito melhor agora do que antes do Plano Real, que completou 20 anos em 2014, acreditamos que a tendência é que as taxas reais não cheguem mais a patamares de 10% ou 20% ao ano como ocorreu no passado e que agora teremos que nos acostumar aos juros reais de um dígito apenas.
Considerando que em vários dos países desenvolvidos as taxas de juros reais chegam a ser até negativas e esperando que as taxas de juros no Brasil continuarão nestes patamares mais baixos, fica cada vez mais difícil acreditarmos que apenas aplicando no CDI teremos boas rentabilidades para nossa carteira de investimentos.
A força mais poderosa do universo são os juros sobre juros, assim já dizia Einstein. Então aproveite este poder a seu favor.
Para garantir uma aposentadoria mais tranquila, comece a investir seus recursos o quanto antes. E não se esqueça que os juros podem ser um grande aliado.