Afinal, como saber se a rentabilidade de um investimento está boa ou ruim? Será que há um modo mais adequado de descobrir isso? Com tantos produtos financeiros complexos espalhados por aí, essas dúvidas estão cada vez mais presentes.
Percebo que muita gente tem dificuldade em avaliar a rentabilidade de seus investimentos. Então, elas fazem inúmeras perguntas com o intuito de saber se mantém ou se resgatam seus recursos. Se alteram seu portfólio ou o deixam como está.
Então neste artigo, vamos analisar alguns pontos importantes que visam responder aos mais recorrentes questionamentos.
Investimentos ao longo do tempo
Primeiro vamos fazer uma breve análise sobre o que vem acontecendo com os investimentos no Brasil nos últimos tempos…
Em meados de 2016, a taxa de juros básica da nossa economia, a Selic, era de 14,25% ao ano. Essa mesma taxa está em 6,5% desde meados de 2018. A questão aqui é: o que isso muda para quem investe?
Vejo pessoas reclamando bastante sobre o rendimento atual dos seus investimentos, pois eles já não rendem mais 1% ao mês como era há poucos anos (se você quiser saber mais sobre qual é o impacto da taxa de juros da nossa economia em nossas vidas, sugiro que leia esse texto mais específico que preparei sobre o tema: clique aqui para acessar agora).
O fato é que com essa redução recente dos juros, muitos dos investimentos tradicionais do brasileiro, aqueles mais conservadores, agora rendem menos da metade do que rendiam em 2016. Porém, não é que o fundo A, B ou C era bom e agora ficou ruim, a questão é que o patamar dos juros mudou! Os juros de hoje estão bem mais baixos e as rentabilidades dos investimentos conservadores acompanham essa queda.
Este tipo de comparação da rentabilidade de um período em relação ao outro, ou seja, da rentabilidade de antes e de depois de um mesmo investimento ao longo do tempo é inapropriada, porque os cenários de anos atrás e o de hoje são totalmente diferentes.
Maneira ideal de comparar investimentos
Também não se deve comparar laranja com banana. Compare a rentabilidade dos investimentos de classes iguais entre si, analisando suas rentabilidades, seus custos e seus riscos.
Avalie os resultados de cada tipo de investimento com o benchmark (índice de referência) de sua classe. Um fundo DI é pós-fixado e sua rentabilidade deve ser comparada à variação do CDI. Por outro lado, um fundo de ações pode ser comparado ao Ibovespa ou ao Índice Small Caps, por exemplo, dependendo das empresas que estiverem em sua carteira.
Um segundo ponto a ser considerado é saber se o fundo está entregando uma boa rentabilidade em relação ao risco que o investidor está correndo por estar investindo nele. Um bom parâmetro é utilizar o Índice de Sharpe, que quanto maior, melhor.
Gosto de indicar este site de Comparação de Fundos, que mostra além da rentabilidade do período com gráfico e tudo, também o Índice de Sharpe de cada fundo de investimento, o que facilita a análise.
Investimento adequado ao perfil do investidor e ao horizonte de investimento
Outro aspecto importante a ser levado em consideração é se o risco do investimento é adequado ao perfil do investidor. Investidores mais arrojados podem optar por investimentos com maior risco, em busca de maiores retornos, enquanto investidores conservadores deveriam escolher investimentos tradicionais com baixo risco e retorno proporcionalmente menor.
E também se o horizonte de investimentos é condizente com o investimento. Por exemplo, mesmo que o investidor tenha um perfil mais agressivo, mas vá comprar um imóvel com aquele dinheiro no próximo ano, não adianta querer investir em ações, pois o mercado pode entrar em crise e a bolsa pode cair neste curto prazo e não dará tempo de recuperar a perda.
Tributação dos investimentos
Ainda há mais um ponto a ser considerado: a tributação. Muita gente se surpreende ao descobrir que o valor acumulado pelos juros de seus investimentos é, em verdade, bem menor do que o esperado, justamente por conta da tributação. E tem mais, cada tipo de investimento tem sua própria tributação ou até é isento. Então, também é preciso levar isso em consideração para evitar surpresas desagradáveis.
Por último, além de saber sobre as alíquotas da tributação, é importante saber se o produto tem come-cotas ou se a tributação será apenas no resgate. Tudo isso influencia nas análises, pois poderá ser necessário fazer algumas contas para comparar um título com outro e colocar todos na mesma base. Pois, afinal, o que importa é o quanto de dinheiro você terá líquido no resgate, ou seja, o valor que receberá na sua conta.
Recomendo que você leia esses 2 artigos específicos que preparei sobre os tributos incidentes sobre os diferentes tipos de investimentos e sobre o come-cotas:
E então? Está preparado para investir e para analisar a rentabilidade dos seus investimentos? Espero que este texto tenha lhe ajudado a compreender um pouco mais sobre esse importante assunto!