Esta foi uma semana especial para o Planejamento Financeiro! Para começar, tivemos a primeira edição da World Investor Week – WIW (Semana Mundial do Investidor), um evento global sobre educação financeira, envolvendo ações coordenadas em mais de 50 países. Além disso, dia 4 de outubro foi definido como o Dia Mundial do Planejamento Financeiro.
Lembro-me bem de quando recebi minha certificação e que éramos apenas 700 profissionais certificados CFP® no Brasil, hoje somos mais de 3 mil. Naquela época, mal se falava sobre planejamento financeiro e finanças pessoais por aqui. Hoje o tema é assunto de vários jornais, revistas e blogs.
A Semana Mundial do Investidor
A WIW é promovida pela IOSCO (Organização Internacional das Comissões de Valores) e coordenada globalmente pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Essa iniciativa busca oferecer oportunidades de letramento financeiro à população de diversas nações, oferecidas por vários membros da organização. No Brasil, a Semana Mundial do Investidor conta o apoio de diversas instituições, como é o caso da ANBIMA, BSM Supervisão de Mercados e a Planejar, além da CVM.
Neste ano, a WIW ocorre entre os dias 2 e 8 de outubro. Os objetivos maiores deste evento são: 1) disseminar mensagens que estimulem a proteção e a educação do investidor e o letramento financeiro e 2) promover oportunidades de aprendizagem para o investidor.
Eu tive a oportunidade de participar deste grande evento ministrando a palestra “Planejamento Financeiro e Você”, representando a Planejar no auditório da CVM no Rio. Quem esteve lá pode observar o quanto me emociono ao falar sobre o tema e como sou apaixonada pelo que faço. Realmente meu propósito é poder ajudar as pessoas transmitindo a elas meus conhecimentos sobre finanças!
Fizemos também pela Planejar, além de palestras presenciais no Rio e em São Paulo, uma série de Lives junto com o Estadão que foram ao ar todos os dias às 12:00, falando de assuntos como investimentos, planejamento financeiro, empoderamento das mulheres nas finanças, maiores de 50 e suas finanças e Fintechs. Todas estão disponíveis no Facebook do Economia Estadão e vale dar uma conferida no conteúdo.
A poupança dos brasileiros
Eu também estive assistindo a palestra “Educação financeira para além do conhecimento: estratégias de intervenção no comportamento de poupança”, em que a CVM falou sobre seu projeto piloto de educação financeira. Inclusive no site Penso, Logo Invisto tem a íntegra do relatório e os slides da apresentação.
Dentre o que eles apresentaram, gostaria de dividir aqui um pouco do conteúdo sobre a poupança dos brasileiros.
Segundo um estudo do Banco Mundial (Global Index, 2014), em 2011 somente 10% dos brasileiros poupavam parte dos seus recursos e em 2014, este número passou para 12%.
O fato é que, embora tenha ocorrido uma pequena melhora, a capacidade de poupar do brasileiro continua muito pequena, se comparada com a capacidade de poupar de cidadãos de outras localidades.
Para se ter uma ideia, em 2014 a capacidade média de poupança dos países que compõem os BRICS (Brasil, Rússia, India, China e África do Sul) era de 23%. No caso dos países de alta renda, este percentual atinge incríveis 52%. E se a gente desejar se comparar aos vizinhos mais próximos, podemos olhar para a média da América Latina e Caribe, que ficou em 14%.
Diante desses dados, surge a pergunta: mas poupar é tão importante assim? O que isso tem a ver com a WIW?
Boa parte dos recursos que poupamos viram investimentos, certo? E o que acontece com o PIB de um país quando há mais recursos disponíveis para investimento? Ele tende a crescer mais! Resultado: o crescimento de um país guarda relação direta com a capacidade que o seu povo tem de poupar.
Só que a poupança não é somente uma questão crucial para o sucesso de um país, ela também é essencial para o bem-estar financeiro dos indivíduos. Quem poupa mais, normalmente se sente mais seguro e tem maior grau de liberdade financeira do que aqueles que não poupam ou estão endividados.
De acordo com o estudo feito Consumer Financial Protection Bureau (CFPB, 2015) e apresentado pela CVM, no presente a segurança vem pelo fato de termos mais controle sobre as finanças do cotidiano e no futuro pela maior capacidade de absorver choques, como um desemprego, por exemplo. E em relação à liberdade de escolha, no presente temos liberdade financeira de fazer escolhas para aproveitar a vida e no futuro estaremos no caminho para atingir nossos objetivos.
Só que para poupar é preciso ter conhecimento e disciplina financeira, é preciso ter educação financeira.
Com isso, já é possível responder à segunda pergunta, sobre a relação entre a poupança e a WIW: a capacidade que os cidadãos de um país têm de poupar está diretamente relacionada ao seu grau de educação financeira. E a educação financeira é um dos maiores objetivos da WIW.
Dia Mundial do Planejamento Financeiro
Para finalizar, eu comecei este texto falando que no dia 4 de outubro comemoramos o Dia Mundial do Planejamento Financeiro, certo? Gostaria de compartilhar a seguir um vídeo com uma mensagem especial do presidente da Planejar, Jan Karsten, CFP®:
Veja aqui também este artigo sobre o Dia Mundial do Planejamento Financeiro que a Planejar preparou.